Prática simples garante mais eficiência produtiva e ajuda a antecipar o abate com mais peso e qualidade
O confinamento foi responsável por mais de 8 milhões de cabeças abatidas em 2024 no Brasil. E se tem uma técnica que pode fazer toda a diferença no desempenho do rebanho terminado no cocho, essa prática é a leitura de cocho. Ela ajuda o produtor a decidir a quantidade certa de alimento oferecido ao gado, evitando desperdícios, melhorando o ganho de peso e reduzindo a idade ao abate.
Quem explica os benefícios é o zootecnista Victor Fonseca, coordenador técnico de bovinos da empresa MCassab Nutrição e Saúde Animal. Segundo ele, a leitura de cocho é um manejo nutricional estratégico, feito no início da manhã, para avaliar os restos de ração do dia anterior. Com base nessa análise, o pecuarista decide se mantém, aumenta ou reduz a oferta de comida para cada baia. Veja o vídeo:
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Técnica simples, resultado direto no bolso
A prática classifica os cochos em notas padronizadas, de acordo com a quantidade de sobra. “A leitura precisa ser feita por baia, pois o consumo muda entre os currais”, reforça Fonseca. Isso ajuda a evitar flutuações no consumo e melhora a eficiência alimentar do lote. Além disso, com o cocho bem ajustado, o gado ganha peso mais rapidamente, o que significa mais arrobas em menos tempo.
Outro ponto positivo da leitura de cocho é o ganho operacional. Com essa rotina bem definida, os colaboradores ganham tempo para executar outras tarefas da fazenda, como manejo sanitário ou pesagem. “Existem treinamentos específicos para capacitar a equipe na leitura de cocho. É um investimento que retorna rápido com mais produtividade e menos custo”, afirma o zootecnista.
Confinamento é ferramenta de gestão e sustentabilidade
Além dos benefícios diretos ao desempenho dos bois, o confinamento também traz vantagens ambientais e econômicas. Ele reduz a pressão sobre as pastagens, permite diluir os custos fixos da fazenda e ainda viabiliza o uso do esterco na produção de adubo orgânico, tornando a propriedade mais sustentável.O recado é claro: quem busca melhorar a margem do confinamento precisa olhar com atenção para a leitura de cocho. Pequenos ajustes diários evitam prejuízos com sobra ou falta de alimento, ajudam o gado a expressar seu potencial e fazem da nutrição um ponto de virada para a rentabilidade da atividade.
