A CONTA DO BOI

Ponto de equilíbrio: quanto custa produzir uma arroba com margem?

Especialista revela o custo invisível de oportunidade, e ensina a impor eficiência para proteger o patrimônio

Foto: Reprodução/Giro do Boi.
Foto: Reprodução/Giro do Boi.

O cálculo do ponto de equilíbrio na pecuária exige que o produtor vá além do custo de desembolso (o dinheiro que sai do caixa) e inclua os custos invisíveis: depreciação e custo de oportunidade.

Segundo o zootecnista Gustavo Sartorello, dominar esses indicadores é crucial para saber quanto custa produzir uma arroba com margem e evitar que o patrimônio da fazenda desapareça silenciosamente.

O custo de oportunidade é a régua mínima de eficiência, representando o rendimento que o capital total investido (em bens, animais e capital de giro) poderia gerar se estivesse aplicado fora da atividade. Se a pecuária não paga, no mínimo, o que o capital renderia em um investimento seguro (como o CDI), o negócio está consumindo o patrimônio do produtor.

Confira:

O custo total verdadeiro da arroba

O produtor que ignora os custos invisíveis está mascarando o resultado real do seu negócio. O custo total verdadeiro da arroba produzida é a soma de três componentes:

  1. Custeio/desembolso total: é o custo operacional e o custo fixo (salários, ração, insumos). Por exemplo, R$ 230 por arroba.
  2. Custo com depreciação: é o custo de se planejar para repor os bens imobilizados (tratores, cercas, barracões) que perdem valor todos os dias. Por exemplo, R$ 240 por arroba.
  3. Custo de oportunidade: é o rendimento que o capital total da fazenda deveria ter gerado, dividido pela produção do mês. Por exemplo, R$ 88 por arroba.

Ao somar esses valores, o custo total de uma arroba pode chegar a R$ 328, e não R$ 230, como muitos pensam. O que é custo na planilha da fazenda seria renda se o dinheiro estivesse fora.

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Impondo eficiência ao sistema

O ato de cobrar o custo de oportunidade não é pessimismo, mas uma medida de proteção patrimonial e uma forma de impor eficiência ao sistema:

  • Gestão de ativos: não se pode aceitar parque de máquinas ocioso, benfeitorias desnecessárias ou gado sem giro, pois tudo isso é capital mal remunerado.
  • Autoridade sobre o negócio: entender o ponto de equilíbrio e o custo de oportunidade é o que confere ao produtor a autoridade sobre o seu negócio, permitindo-o deixar de ser conduzido pela rotina e passar a conduzir o próprio patrimônio.

O que importa é o equilíbrio entre desembolso e desempenho. O gestor profissional utiliza a lupa dos indicadores para enxergar onde está perdendo resultado e onde pode gastar mais para ganhar mais.

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