Nesta terça, 12, um dos convidados especiais do Giro do Boi foi o economista agroindustrial, mestre em economia aplicada e doutor em administração de empresas, Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq-USP. A instituição completa em neste ano 37 anos de atividades e conta hoje com o trabalho de 150 colaboradores.
Na entrevista, o pesquisador repercutiu um artigo que escreveu recentemente, disponível pelo próprio site do Cepea, em que escreve: “Nesse sentido, desde o início dos anos 2000 – e especialmente nos últimos 10 anos –, com o expressivo aumento das exportações de carne bovina brasileira, o setor de pecuária de corte vem passando por três grandes movimentos de quebras de paradigmas: o industrial, o do mercado consumidor e, por fim, o de dentro da porteira, da produção”, registrou Bernardino na publicação cujo título é “As três quebras de paradigmas da pecuária de corte”. Veja quais são:
– I) A partir de 2007, com redução do ganho financeiro da inflação, abertura de mercado e necessidade de ser mais eficiente, a indústria frigorífica foi em busca de mais fluxo de caixa e de investimentos tanto no mercado interno quanto no externo. Isto, de acordo com o pesquisador, levou a um avanço na estruturação financeira do setor;
– II) Transformação do mercado consumidor, impulsionado por um bom momento econômico, sobretudo entre 2005 e 2014. Com maior poder aquisitivo, o consumidor passou a buscar por produtos de valor agregado, o que, no caso da carne bovina, quer dizer peças mais padronizadas, macias, de animais precoces e de diferentes raças;
– III) Mudança da visão do pecuarista sobre sua atividade, que até a década de 90 era vista como reserva de valor.
Somadas, as três quebras de paradigmas, em relativo curto espaço de tempo, mudou profundamente o setor como um todo. “Somos líderes de exportação, estamos produzindo cada vez mais carne, tanto para o mercado doméstico como para o mercado internacional, então isso é interessante para a pecuária de corte brasileira. São as três grandes quebras (de paradigmas) que a gente observou em um curto espaço de tempo, 10 a 15 anos”, reforçou o autor.
Veja na entrevista abaixo a contextualização de Thiago Bernardino de Carvalho sobre as quebras de paradigmas pela pecuária de corte no Brasil: