Pecuaristas ajudam e boiadeiros vencem atoleiros em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul passou por situação atípica e inesperada no que diz respeito ao clima durante o mês de janeiro. Em alguns locais dentro do estado, o índice pluviométrico foi quatro vezes maior do que o observado em 2020 e mais de três vezes maior do que o esperado para o período.

O excesso de águas causou transtorno ao transporte boiadeiro nestas regiões, conforme apontou ao programa o supervisor de transporte do Friboi de Campo Grande e Anastácio, Maicon Lisboa, no Giro na Estrada desta sexta, 05.

“Graça a Deus, a gente não pode reclamar. Chuva é bom e depois de uma seca brava que a gente teve (em 2020), a gente não pode reclamar. E está chovendo bem mesmo! Teve municípios, como na região de Corumbá, que choveu três vezes mais que o esperado e quatro vezes mais que em janeiro do ano passado. Então janeiro choveu bem mesmo”, comentou Lisboa.

Tabela com dados compilados pelo meteorologista Nathálio Abraão e publicados no site Capital do Pantanal

“A chuva veio em janeiro e pegou de surpresa porque não estava chovendo tanto. A gente estava conseguindo fazer os embarques sem dificuldades. Mas janeiro a chuva entrou com força e fomos desafiados. Mas graças a Deus os pecuaristas ajudaram muito com maquinário e o boi chegou no curral do frigorífico em perfeitas condições. […] Graças a Deus, eles têm nos ajudado muito mesmo, eles têm dado apoio porque a gente está precisando. Enviam tratores, máquinas”, reconheceu.

Lisboa apontou também que a indústria se mantém alerta para também fornecer informações importantes para os produtores. “A gente acompanha também o clima, como que vai estar no dia do embarque. A gente está sempre acompanhando para disponibilizar o melhor caminhão, ter o modelo do caminhão certo para a estrada. Esses três primeiros meses do ano são os meses que a gente tem que arregaçar as mangas e ir para cima porque se não tiver com apoio de todo mundo, o gado não chega aqui. O motorista também tem uma participação muito importante na cadeia, no giro da boiada, que é estar sempre atento às estradas e, quando precisar de apoio, chamar, mandar sinal para a gente estar contatando o pecuarista para nos ajudar”, sustentou.

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O supervisor destacou a preparação e renovação da frota de veículos como uma das medidas para evitar problemas neste período do ano. “A gente está com uma frota nova a cada dois ou no máximo três anos. Os caminhões todos têm rastreamento, então às vezes o motorista está em situação ruim, ele manda mensagem para nós no rastreador e a gente consegue ter um contato mais ágil com o próprio pecuarista. […] Fica todo mundo ligado. A gente está constantemente olhando os rastreadores dos caminhões, vê onde está, se parou a gente tentar ver o que está acontecendo porque realmente teve muita dificuldade”, apontou.