Um pecuarista usou ao máximo sua “veia comercial” e acabou consolidando sua fazenda entre as mais rentáveis do País. Veja o vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.
Nesta segunda, dia 26, o Giro do Boi relembrou um episódio da série especial Repórter Nissan.
O destaque foi para a história da fazenda Deltinha, em Nova Brasilândia-MT. A fazenda em MT aproveitou a “veia comercial” da família Molina para se posicionar entre as propriedades top rentáveis dentro do programa Fazenda Nota 10.
A trajetória da familia de pecuaristas
Conforme contou a reportagem, a trajetória da Família Molina no ramo dos negócios começou em Bauru-SP no setor do comércio.
Em seguida, na década de 1990, veio a fazenda em MT, que usou indicadores em comum com os outros ramos em que atuavam.
Por exemplo, tabulação de dados, comparação de performance com outras empresas do setor e satisfação do cliente, recordou o pecuarista Gustavo Molina.
“Na fazenda, nós começamos a implantar alguns desses indicadores há alguns anos. E através disso nós buscamos tecnologias para conseguir os resultados. Foi a IATF, depois foi avanços em nutrição. E agora intensificando cada vez mais, verticalizando a fazenda”, disse em síntese o empreendedor.
Segundo Gustavo, a fazenda em MT deveria fazer recria e engorda. Contudo, em virtude da dificuldade de fazer a reposição de gado magro, o ciclo completou substituiu o sistema de produção.
Trabalho pesado na cria de bovinos
De acordo com Molina, ao decidir fazer a reprodução dentro de casa, a fazenda logo apostou na IATF, que começou a ser feita há oito anos.
“Nós começamos com 200 vacas. Depois pulamos para 600. Na última estação, nós conseguimos 2.700 IATFs. […] Na última, nós já fizemos ressinc, fizemos ressinc precoce. Então nós fomos melhorando gradativamente essa questão da cria”, contou.
Atualmente, a fazenda em MT está conduzindo um sistema de sequestro das fêmeas, levando para uma área com nutrição especial para melhorar o resultado da IATF.
Sistema de recria e engorda de bovinos de corte
A princípio, o sistema de nutrição Fazenda Deltinha é baseado no pasto. Tanto na parte da recria quanto na engorda, feita em semiconfinamento.
“A recria, como está ainda bastante em áreas de arrendamento da fazenda na região, ainda tem um pouco de dificuldade nessa questão. E aí quando os animais voltam para a Fazenda Deltinha no sistema de engorda, aí sim a gente tem um sistema de semiconfinamento em que a gente consegue uma intensificação bem maior”, disse em suma o engenheiro agrônomo Pedro Campanili.
Logo depois, Campanili detalhou a dieta de engorda. O capim serve como volumoso para concentrado que vai no cocho, compondo 20% da dieta.
“Aqui, o principal ingrediente ainda é o milho como fonte de energia. […] A gente está utilizando o DDG na ordem de 30 a 35% da dieta deles. E o núcleo mineral vitamínico”, apresentou.
Além disso, o planejamento para adquirir os insumos é tão importante quanto a formulação da dieta.
“Esse planejamento de insumos que a gente faz na fazenda é a base de tudo. Então nosso trabalho aqui é muito focado em planejamento. Não é somente fazer a fórmula da ração com o nutricionista, mas o planejamento de insumos é fundamental. A fazenda sempre está comprando antecipadamente os insumos para ter uma previsão do que vai ser o custo da arroba e, assim, realizar lá na frente”, sustentou.
Participação no Fazenda Nota 10
Posteriormente, o pecuarista Gustavo Molina ressaltou a participação programa Fazenda Nota 10 nos resultados da fazenda em MT.
“Com o Fazenda Nota 10, nós pudemos comparar o que seria o ideal, onde a gente teria que chegar, qual é a busca por esse número, qual é o número”, analisou.
Nesse sentido, o zootecnista líder do programa compartilhou alguns dos principais indicadores que colocaram a Fazenda Deltinha como uma das top rentáveis do Brasil na safra 2020/21.
Por exemplo, em desembolso por cabeça/mês, a propriedade tem R$ 65,00 contra R$ 67,00 na comparação com as melhores fazendas de ciclo completo.
A margem da propriedade é de 35%, superior à média das top rentáveis de 29,9%. O resultado sobre o valor da terra, que para as melhores fazendas gira em torno de 5% a 7% está em 7,5%. E o resultado sobre o que vale o rebanho, que deve ficar entre 15% a 20%, está em 17,6%.
Em conclusão, Gennari apontou que os resultados ocorrem porque os gestores tratam a fazenda como uma empresa. “O financeiro se destaca muito. […] Nisso eles têm uma habilidade perfeita”, ressaltou.