Pecuarista, saiba como ajudar o transporte boiadeiro nas chuvas

Com o início da estação chuvosa no horizonte, indústria se prepara para a temporada de atoleiros e dá dicas para os produtores ajudarem os motoristas boiadeiros

Não é somente o produtor que se prepara com antecedência para a chuvarada. A indústria, no setor do transporte boiadeiro, também precisa estar bem alinhada para que as carretas não fiquem pelo caminho nos atoleiros que já, já começarão a surgir. Apesar do forte calor que ainda está fazendo no Centro-Oeste, os profissionais da logística já estão se movimentando para a época das águas.

Em entrevista exibida no Giro do Boi desta sexta, dia 08, o supervisor da JBS Transportadora para Mato Grosso do Sul, Maicon Lisboa, falou sobre esta fase do planejamento interno da indústria e também deu dicas sobre como o pecuarista pode se planejar para não ter dificuldade na passagem das carretas dentro da sua porteira ou no entorno da fazenda.

PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS PELAS CHUVAS

“A gente está entrando num período do ano que realmente depende de nós ter um pouco mais de atenção, em que por mais que a gente venha o ano todo trabalhando nisso, nas estradas, com os motoristas treinando, mas a época da chuva é diferente. A gente tem aí um período muito crítico, as estradas não são tão boas, e tem atoleiros, pontes, bueiros, areião que forma dificuldades de passar. E as carretas são pesadas. Então basicamente é isso, a dificuldade da chuva hoje realmente continua sendo atoleiros, pontes com problemas, bem precárias, e bueiros. Então bastante atenção nesse período de chuva com esses quesitos”.

PONTOS CRÍTICOS DO TRANSPORTE BOIADEIRO DENTRO DE MS

“A gente tem estradas muito precárias. […] A gente embarca na região do Pantanal, Porto Murtinho, Bonito, Miranda, Bodoquena, então toda essa região a gente embarca muito, Corumbá também. […] É uma região que merece atenção por causa de alagamento, bueiro, que tem bastante problema, cabeceira de ponte. Esses são os pontos que a gente precisa ter atenção redobrada. A parte de Ribas do Rio Pardo também tem uma região de muito areião, então quando chove fica complicado passar também, degrada muito a estrada, cria-se muitas valetas e as carretas altas podem ter torção. E na região de Dourados, de Naviraí, a gente tem estradas bem mais lisas, não são estradas que afundam, mas são lisas, onde o caminhão pode ir para um lado, para o outro. E é uma região mais de lavoura. Então é um ponto de atenção”.

PLANEJAMENTO

“A gente vai fazer uns treinamentos com a turma, lembrando dos riscos de tombamentos, onde estão os problemas. Na verdade, vamos aprender com eles. Eles vão passar para nós a lida deles, como é o dia a dia, e a gente vai tomar medidas para prevenir, descobrir onde estão os pontos que a gente tem que ter mais atenção, onde a gente tem que tratar o assunto de forma mais delicada. […] Onde a gente teve problema no passado, não podemos ter problema agora. Então ainda está fazendo muito calor, o sol tá ‘brabo’, mas a gente sabe que vai enfrentar o período de chuva e a gente está já se preparando daqui para frente para não ter problema e, se tiver, que seja o menor possível”.

TREINAMENTO

“A gente tem um treinamento, sim, que é direcionado exclusivamente para a época da chuva. É pegar o motorista, colocar na sala, trazer para o pátio, onde ele tem a habilidade dele, ele vai mostrar para nós quais são os pontos, como a carreta tomba, se a carreta virar um pouco para cá tem torção […]. Então é um treinamento totalmente diferenciado nesse ano, colocando o motorista no campo dele, no pátio e na estrada, e ele vai mostrar para nós onde está o risco”.

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COMO O PECUARISTA PODE AJUDAR?

“O pecuarista, para gente, nunca faltou com apoio, e eu tenho certeza de que esse ano não vai ser diferente. Como todos os anos eles têm nos ajudado, é passando informação. Se deu problema numa ponte ou numa estrada, ligue. Se está chovendo demais na fazenda, avise a gente para a gente tomar cuidado. Às vezes tem um caminho diferente, que o próprio pecuarista não sabe, ou às vezes sabe de um caminho diferente e passa para nós para a gente não correr risco. E fazer essa interação dar certo, firmar, carregar o boi na fazenda, trazer com segurança e descarregar no frigorífico e o abate ser um sucesso”.

CANAL DE COMUNICAÇÃO

“Os nossos telefones ficam disponíveis para o pecuarista 24 horas, se deu problema, se marcou o embarque e choveu muito durante a noite ou a tardezinha, ligue e avise a gente. Os nossos canais realmente são os celulares, via Whatsapp, via telefone da empresa, então é avisar a compra de gado, nós do transporte boiadeiro e a gente vai tomar as medidas para diminuir esse impacto”.

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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com Maicon Lisboa sobre o planejamento do transporte boiadeiro para a estação das águas: