Se engana quem acha que pecuária não dá dinheiro. Um exemplo vindo de uma família de pecuaristas de Minas Gerais, região do pontal do triângulo mineiro, prova que a produção de carne pode ser até mais rentável e segura que a agricultura. Enquanto que a média brasileira de produtividade na pecuária gira em torno de 4@/ha/ano, o jovem engenheiro agrônomo, quinta geração de pecuaristas, Rafael Jorge Ferreira, conseguiu produzir na última safra na fazenda Córrego do Ouro, município de Tupaciguara, 28,6@/ha/ano. E se você acha que isso é muito, saiba que o seu planejamento para a safra 2019/2020 pretende chegar a 57,8@/ha/ano.
No Giro do Boi desta quinta-feira, 19, o produtor explicou, em detalhes, como conseguiu chegar a uma produtividade que lhe rendeu R$ 2.711,48 por hectare em apenas uma safra. A lucratividade média por cabeça no período ficou em 18,5%, com um ganho médio diário (GMD ou Ponderal) de 0,688 gramas/dia e uma lotação média de 7 cabeças por hectare. É claro, que por ser um agrônomo, o produtor investe em boas práticas de manejo a pasto, adubando e rotacionando os animais nos seus módulos de brachiarão. Além disso, não abre mão de um bom manejo nutricional (terminação intensiva em confinamento), sanidade e gestão. Mas a meta é mais ousada ainda. O seu planejamento produtivo e econômico para a próxima temporada 2019/2020 é rodar em 200 hectares 1697 cabeças, projetando um GMD de 1.100kg, elevando com isso a sua produtividade para 57,8@/ha/ano.
Durante a entrevista, Rafael também falou de um aplicativo produzido por ele, a pedido do Sindicato Rural de Uberlândia, MG (vários outros sindicatos do triângulo mineiro já aderiram e outros de Goiás têm interesse), onde os pecuaristas têm acesso a várias informações da pecuária regional e das ações dos sindicatos como leilões, ofertas de gado magro, etc.