Para que o pasto na seca continue sendo a base da alimentação do rebanho, o planejamento antecipado e a suplementação estratégica são essenciais.
O zootecnista Iorrano Cidrini explica que, mesmo quando o produtor utiliza o diferimento (vedação) para ter massa disponível, a qualidade da forragem cai com o avanço da estiagem, exigindo um aporte de nutrientes.
Confira:
O principal objetivo da suplementação na seca é fornecer proteína para dar combustível às bactérias do rúmen. Esse “combustível” é o que permite ao animal processar a fibra de baixa qualidade (alto FDN e baixo teor de proteína) do pasto diferido. Ao suplementar, o produtor garante que o gado utilize o pasto com mais eficiência e, principalmente, tenha um maior consumo.
Suplementação: o efeito aditivo da proteína
O pasto na seca sem suplemento é subutilizado. Quando o animal recebe o proteinado, as bactérias do rúmen se multiplicam mais rapidamente, degradando o material fibroso e acelerando a passagem do alimento pelo trato gastrointestinal.
Na prática, a suplementação gera um efeito aditivo. Exemplo: o fornecimento de apenas 300 gramas de proteinado para um bezerro de 300 kg faz com que o consumo total de matéria seca do animal aumente muito mais do que os 300 gramas do suplemento, resultando em um maior ganho de peso.
A máxima da nutrição é que, na seca, pasto + suplemento é maior que 3, pois a combinação potencializa a utilização da forragem.
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Tecnologias e direcionamento por categoria
A escolha da tecnologia de suplementação deve ser direcionada para a categoria animal e a meta de ganho de peso:
- Categoria de manutenção (baixa exigência): para uma vacada que precisa apenas manter o escore corporal, um sal ureado ou um proteinado de baixo consumo pode ser suficiente para ajudar a aproveitar a fibra do pasto.
- Categoria de ganho de peso (maior exigência): para bezerros ou animais em recria que precisam de alto ganho de peso, e se o pasto diferido for de qualidade inferior (mais velho), o ideal é lançar mão de um proteico-energético, com consumo de 0,3% ou até 0,5% do peso vivo (para precoces).
O planejamento antecipado da compra dos suplementos é crucial para evitar as altas de preço durante a seca e o temido “efeito sanfona” do gado. O produtor deve ter um plano definido para o seu rebanho, sabendo que animais de maior exigência precisam de maior desembolso em tecnologia.
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