
A nutrição eficiente das vacas no período de seca é o pilar para uma estação de monta de sucesso e para o objetivo de ter o bezerro do cedo, nascendo no final da seca ou no início das águas.
Em mais um episódio do quadro “Na seca o pasto pode secar, mas o boi não”, o doutor em Zootecnia Iorrano Cidrini explica que a vaca de corte, nesse período, enfrenta um triplo desafio: a restrição alimentar (o pasto perde proteína), a compressão do rúmen devido ao feto/placenta, e a necessidade de manter o escore corporal para reconceber rapidamente.
Segundo ele, para mitigar esses desafios, é crucial que o produtor utilize a suplementação para garantir que a vaca tenha o melhor aproveitamento do pouco pasto que consegue consumir.
Ao suplementar com proteína, o criador fornece aminoácidos circulantes que são direcionados para o feto e, principalmente, para as bactérias do rúmen, que se tornam mais eficientes na degradação da fibra de baixa qualidade.
Confira:
O escore corporal e o desafio reprodutivo
A chave para um bom resultado na IATF e na estação de monta é que a vaca chegue ao parto em uma boa condição de escore corporal. O pasto seco não é suficiente para isso, exigindo a suplementação no cocho.
A vaca no final da gestação tem o consumo comprometido pelo feto e pela placenta, que comprimem o rúmen. A suplementação evita que ela “tire da carne” para direcionar nutrientes para o feto. Essa mitigação da mobilização de reservas é essencial para que ela não fique vazia na próxima estação reprodutiva.
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Suplementação por categoria para evitar a vaca vazia
A quantidade e o tipo de suplementação devem ser direcionados de acordo com a exigência e o escore corporal da vaca.
Para a vacada de manutenção (aquela com bom escore e baixa exigência), talvez apenas um sal ureado e um bom pasto diferido sejam suficientes para atender à demanda.
Já para a vacada magra ou para pasto passado, o produtor precisa subir o aporte para um sal adensado ou um proteinado. O adensado corrige a deficiência mineral e vincula o aditivo (como a monensina), sendo muito útil para corrigir a vaca mais sentida.
As primíparas e novilhas precoces são as categorias de maior exigência do rebanho, pois além da demanda do feto, ainda estão em fase de crescimento e precisam parir com bom escore. Quando se suplementa essas categorias, é preciso subir para um proteico energético (um 0,3% ou 0,5% do peso vivo). Se o produtor simplesmente deixar a primípara no manejo de vaca adulta, a reconcepção será certamente ruim, pois a exigência dela é muito maior.
Para os animais de descarte (vacas vazias ou desmamados), a recomendação é utilizar sistemas mais intensivos, como a Terminação Intensiva a Pasto (TIP) com oferta de ração (1,5% a 2% do peso vivo), para tirar o animal do sistema e evitar que “passe mais um ano vazio na fazenda”.
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