Na linha de buscas de tecnologias inovadoras para as fazendas de pecuária do País, o Giro do Boi desta quarta-feira, 13, apresentou mais resultados interessantes sobre o microgotejamento subterrâneo no pasto. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais, avaliou que a tecnologia de sangue israelense é uma principais ferramentas para o pecuarista transformar o pasto num verdadeiro filé mignon para o gado, rendendo todos os anos, uma boa safra de picanhas.
O engenheiro agrônomo José Alessandro Martins, representante da Rivulis, tem acompanhado de perto os resultados obtidos no campo. A empresa, uma multinacional israelese presente em 14 países, também desenvolve sistemas de irrigação de microgotejamento subterrâneo.
“Nós estamos conseguindo mudar o panorama da nossa pecuária, conseguindo então mais picanhas, ou seja, desenvolvendo uma fábrica de proteína a campo aberto”, diz Martins.
Solução contra a seca
A disseminação da tecnologia é uma grande aliada na produção de carne bovina, não deixando que o pecuarista sofra com problemas como a falta de chuva. O estudo da UFV se concentrou num experimento conduzido em solo baiano, na Chapada Diamantina, o que tem garantido engordar 1 arroba de peso por mês em bezerros pós-desmame.
A técnica de irrigação por microgotejamento subterrâneo é semelhante ao sistema já apresentado no Giro do Boi. Confira os detalhes da tecnologia no link abaixo.
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Trata-se de um sistema de mangueiras enterradas a cerca de 30 centímetros de profundidade no solo, e que possuem pontos de gotejamento que mantém a umidade do solo, além de fornecer, ao mesmo tempo, os fertilizantes para a pastagem.
“O projeto na Bahia está sendo feito numa área de 56 hectares e chegou a ter 800 animais. Estamos saindo de uma pecuária tradicionalista, sem uma boa quantidade de pasto, para um pasto que vai estar sempre vigoroso para o boi”, diz Martins.
Experimentos no Sul
Segundo Martins, também estão sendo avaliados experimentos na região Sul, no município de São Luiz Gonzaga (RS), na porção noroeste do Estado, próximo à fronteira com a Argentina. Numa área de 20 hectares de pasto com o sistema instalado, o local comporta 300 bovinos, chegando a uma taxa de lotação de 15 animais por hectare. O mais impressionante é que esta propriedade manteve a lotação num dos momentos mais difíceis para o produtor gaúcho que foi a seca do ano passado.
“Em outra fazenda em Palmeira das Missões (RS), são 80 hectares de pasto irrigado, no qual o produtor passou para 1.500 bois, com vacas de cria, animais de recria e terminação”, diz Martins.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo: