Nesta terça, dia 15, o Giro do Boi exibiu entrevista com o pecuarista, médico veterinário, analista de mercado e consultor Rodrigo Albuquerque, editor da plataforma Notícias do Front, que reúne informações dos negócios da bovinocultura de corte no Brasil e no mundo.
Em retrospectiva de 2018, Albuquerque destacou que o ano que se passou foi melhor do que o anterior por conta da aplicação de todo o aprendizado que 2017 deixou, mas teve seus desafios de gestão, como, por exemplo, um milho com um preço mais caro, exigindo traquejo do pecuarista na hora da aquisição de insumos.
Na entrevista, que foi concedida à equipe de reportagem do programa durante a Intercorte, que ocorreu ao final de 2018 na capital São Paulo, o analista detalhou um conceito que apresentou durante uma palestra: a pecuária como a prima pobre e a agricultura como a prima rica. Albuquerque explicou que isto se dá porque na pecuária os piores produtores têm resultados muito inferiores aos melhores, algo que não acontece com a mesma discrepância quando se trata dos melhores e piores agricultores, por exemplo.
Para melhorar a situação, o consultor recomendou evoluir em aspectos variados da gestão. “Melhorar principalmente aspectos de gestão, administrativa, financeira, saber quanto custa seu boi, saber quanto você quer ganhar por cada boi que você produz, por cada bezerro que você desmama. Este tipo de conhecimento, muito antes de intensificação produtiva, é bom intensificar a nossa gestão. E aí a gente vai transformar a prima pobre em prima rica”, declarou.
Para os próximos anos, Albuquerque prevê comportamento de preços melhor do que o constatado em 2018. “E quando a gente olha para 2019, 2020, eu realmente estou vendo dias melhores no nosso para-brisa”, projetou. No entanto, ponderou que o foco do pecuarista não deve ser o preço da arroba, mas sim o seu custo de produção, garantindo assim a sua margem, o indicador que mostra de modo mais fiel o resultado financeiro.
“A gente precisa saber ganhar dinheiro na fase de alta do ciclo pecuário de preços, que deve vir nos próximos anos, mas é importante saber ganhar dinheiro nas fases de baixa, que é o que a gente viveu nos últimos anos. E para isso a obsessão que a gente tem que ter não é preço. É bacana vender a arroba por um preço mais alto. Lógico que seria bacana vender a arroba por R$ 200, mas se o seu custo for R$ 201, não adianta nada. Às vezes é melhor vender a arroba por R$ 150 só que com custo de R$ 135 ou R$ 140 que dá mais dinheiro. Então o nosso oxigênio dos negócios é margem, e não preço”.
Confira a entrevista completa pelo vídeo abaixo: