Nesta quarta, 07, o Giro do Boi destacou o uso de um novo aliado do pecuarista brasileiro para o controle de plantas daninhas em pastagens. Trata-se do helicóptero, aeronave que pode substituir o avião em situações específicas, conforme afirmou ao programa o engenheiro agrônomo, mestre e doutor em tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários Henrique Campos, consultor da Sabri – Sabedoria Agrícola.
O consultor listou algumas características específicas da aplicação aérea de defensivos por helicóptero. “Eu realmente fiquei surpreso. Sempre fiz trabalhos com aviões e a gente foi avaliar agora um helicóptero para a gente posicionar ele nas aplicações de herbicidas em pastagens. E do ponto de vista de segurança, como tamanho de gota para evitar a deriva, qualidade da deposição, eu fiquei surpreso. E também a facilidade para se utilizar o helicóptero em áreas onde o pecuarista não tem estrutura, como, por exemplo, uma pista. Perto do próprio caminhão abastecedor ele já pousa e isso facilita muito, junto com os ganhos em qualidade”, sintetizou.
A qualidade das gotas é diferente principalmente por conta da menor velocidade de voo do helicóptero na comparação com o avião. O primeira voa a cerca de 54 milhas por hora, enquanto o segundo atinge velocidades superiores a 100 milhas por hora. “Quanto mais rápido, mais chance de quebrar a gota e dar deriva. Tanto o avião quanto o helicóptero fazem a aplicação com qualidade, mas com o helicóptero a gente minimiza a chance de quebrar a gota”, ponderou.
As recomendações de condições climáticas são as mesmas indicadas para a aplicação aérea tradicional: umidade acima dos 50%, temperatura menor que 30º C e o chamado “vento amigo”, inferior a 10 km/h, reforçando que a ausência de vento é indesejável, pois favorece a dispersão do produto.
O custo da aplicação varia conforme a distância da fazenda para a base da empresa de aplicação, mas o custo da aplicação por helicóptero custa entre R$ 60 a R$ 70 por hectare, enquanto com o avião o valor fica na casa de R$ 25 a R$ 35 por hectare. “Mas vamos pensar que não precisa de uma estrutura, uma pista dentro da sua propriedade”, argumentou.
Pontos positivos da aplicação com helicóptero:
– Menor velocidade de voo, o que aumenta o controle sobre a qualidade das gotas e evita o desperdício;
– Altitude de voo menor, aumentando a precisão;
– Praticidade para fazer manobras em voo, desviando de acidentes no relevo e árvores e também para fazer curvas;
– Estrutura básica mais simples em relação ao avião: não precisa de uma pista de decolagem e pouso;
Pontos positivos da aplicação com o avião:
– Tanque maior na comparação com o helicóptero;
– Custo menor de aplicação por hectare;
Em todos os casos, é necessário ter um profissional capacitado não somente para pilotar cada uma das aeronaves, como também para mensurar a qualidade da aplicação dos defensivos, que têm alto valor agregado. “Independente de ser um helicóptero ou um avião, o preço de fazer certo é o mesmo de fazer errado. É uma valor agregado alto, uma pesquisa de anos para definir uma dose certa e se o pecuarista ou o aplicador fazem uma aplicação errada, onde se tem uma subdose, você jogou fora todos aqueles estudos e você não vai ter aquele resultado que esperava de um produto com alto valor agregado”, advertiu.
“Eu vou dar um exemplo que o pecuarista e o agricultor nunca mais vão esquecer sobre usar a dose não recomendada, geralmente para menos. Quando a gente toma uma vacina, é um dose menor para você criar resistência. Então, você, pecuarista e agricultor que fazem uma aplicação errada em que indiretamente há uma subdose, você está vacinando a invasora para não mais ser controlada”, preocupou-se.
Henrique Campos comentou ainda sobre o curso que realiza por todo o Brasil e também em outros países para formar profissionais especializados na aplicação aérea de defensivos, levanto em conta os pontos de atenção citados acima.
Veja os detalhes no vídeo abaixo: