O Giro do Boi desta terça, 08, fez um alerta aos pecuaristas que terminam gado em confinamento e que podem ter um inimigo oculto nas dietas intensivas: as micotoxinas. São substâncias potencialmente tóxicas produzidas por fungos e que estão presentes em 100% das amostras de ração de confinamento do Brasil, conforme atestou uma coleta de um estudo desenvolvido pela zootecnista Letícia Custódio, mestre em ciência animal e pastagens e conservação de forragens pela Esalq-USP e doutoranda em zootecnia pela FCAV-Unesp e pela Apta.
Dependendo da concentração das toxinas na ração, a micotoxina pode levar até à morte, ainda que casos extremos em bovinos sejam raros. O que é realmente comum é a perda de desempenho em ganho de peso, que pode ser até 200 g por dia menor do que em animais que consomem alimentos com concentração baixa da substância. De acordo com a pesquisa, animais que receberam rações com contaminação baixa ganharam por dia 1,770 kg, enquanto animais que consumiram rações com contaminações mais altas ganharam 1,510 kg.
“Esse impacto vai ser muito dependente da contaminação. […] Se for uma contaminação alta, o impacto é agressivo, porque pode ocasionar até morte dos animais. Se for uma contaminação mais baixa, ocasiona a perda de desempenho, então uma perda de 200 gramas por dia em confinamento no ganho médio diário”, quantificou a pesquisadora.
Veja a entrevista completa de Letícia Custódio ao Giro do Boi: