Em vídeo enviado exclusivamente ao Giro do Boi e exibido nesta quarta, dia 20, o zootecnista, Júlio Palhares, doutor em ciências da engenharia ambiental pela e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, explicou o que é uma cisterna e como utilizar esta ferramenta da melhor forma para amenizar a escassez de água.
Segundo o pesquisador, a cisterna é uma fonte alternativa de água. “Ou seja, o seu uso pode substituir as fontes tradicionais, que são as fontes superficiais ou subterrâneas de água, que estão sempre disponíveis na propriedade”
“Então, quando nós substituímos essa fonte, o ganho ambiental é muito importante”, salientou o especialista.
Além disso, a sustentabilidade se soma à solução de um dos principais problemas do ciclo anual da pecuária brasileira. “Também é importante em momentos de seca, de escassez hídrica, quando, muitas vezes, a vazão de água dessas fontes é reduzida. E se você capta água da chuva e armazena numa cisterna, você acaba tendo uma nova fonte de água para ser consumida”, resumiu.
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DIMENSIONAMENTO
De acordo com Palhares, o produtor deve olhar para a área do telhado para dimensionar a cisterna. “O que nós precisamos saber? A área do telhado, que seria a sua fonte de captação de água”, comentou.
Em outras palavras, o produtor deve saber qual é a metragem desse telhado e relacionar a área com o regime de chuvas da região. “Para cada região, nós temos um potencial de captação diferente porque o regime de chuvas é diferente”, especificou.
Em seguida, Palhares apontou para a instalação dos dutos que levarão a água até o reservatórios. “Sabendo a área do telhado, […] é preciso instalar as calhas que possibilitam essa captação da água da chuva. E direcionar as calhas através de canos para dentro do seu reservatório, que nós chamamos de cisterna”, continuou.
TIPOS DE CISTERNAS
Conforme comentou o pesquisador da Embrapa, existem tipos diferentes de cisternas – desde as tradicionais caixas d’água de plástico como as de alvenaria e as escavadas no solo. Além da variação de material e local de instalação, a capacidade de armazenamento também muda conforme a necessidade da propriedade rural.
“Não existe o melhor tipo. O melhor tipo é aquele que mais se adequa à realidade da sua propriedade e às suas condições econômicas”, ponderou.
MANUTENÇÃO
Finalmente, depois que a cisterna estiver instalada, é essencial cuidar do reservatório para manter seu funcionamento. “Quanto à manutenção da cisterna, é muito simples. A única manutenção que ela exige é a limpeza. E a sugestão é que essa limpeza seja feita a cada seis meses”, simplificou.
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Logo em seguida o zootecnista justificou. “Como a água escorre pelo telhado, e geralmente naquele telhado você tem folhas, restos de galhos, fezes de pássaros silvestres, isso vem para dentro da cisterna, então é sempre bom nós estarmos limpando as cisternas a cada seis meses para retirar (a sujeira)”, ressaltou.
DIFERENTES USOS DA ÁGUA DE CISTERNA
Por fim, o pesquisador afirmou que a água desta fonte de captação pode ser aplicada de formas diversas, mas que algumas exigem mais cuidados do que outras. “Pode ser para usos mais nobres, como o consumo dos animais. Se for esse o objetivo, tem que se fazer uma análise da água da cisterna para ver se ele tem padrão para esse tipo de consumo”, advertiu.
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Simultaneamente, para os usos menos nobres a exigência não é tão alta. “Usos menos nobres, como irrigação, lavagem de piso, lavagem de maquinário… Para esse tipo de uso, a gente não precisa de qualidade. A água da cisterna pode ser usada de forma direta quando a gente tem o uso menos nobre”, finalizou.
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Pelo vídeo a seguir é possível ver todas as dicas do especialista sobre o que é uma cisterna e como usar a água captada nesta fonte: