Em uma série de reportagens e entrevistas gravadas nas unidades da Embrapa em Campinas e Jaguariúna-SP, o Giro do Boi já desmistificou diversas informações sobre a sustentabilidade da agropecuária brasileira.
Por exemplo, em entrevista ao repórter Marco Ribeiro, o pesquisador chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, afirmou que sozinhos os proprietários rurais preservam 21% de todo o território nacional. Miranda estima ainda que, a partir desse percentual, os produtores rurais têm um valor de cerca de R$ 3,5 trilhões que é imobilizado para garantir a preservação da natureza, além de destinar outros R$ 20 bilhões todos os anos aos custos relacionados à conservação destas áreas, como cercas, monitoramento, etc.
+ Agro brasileiro é o mais sustentável do planeta, afirma Embrapa
Mas restou ainda um dos principais mitos a serem desvendados quando se trata da sustentabilidade da pecuária de corte brasileira. Será que o boi é realmente um vilão na emissão de gases de efeito estufa?
Foi sobre isto que o repórter Marco Ribeiro conversou com o engenheiro agrônomo, mestre em ciência do solo e doutor em produção vegetal Celso Manzatto, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.
“O boi emite, por causa do processo do seu rúmen, os gases de efeito estufa e também na expansão e mudança de uso das pastagens. Porém não é medido se o pecuarista adota uma ILPF, por exemplo, que recupera as suas pastagens e pega esse mesmo carbono, este que estamos falando que causa a mudança do clima, e coloca no seu solo para aumentar fertilidade do solo, reter nutrientes, deixar o solo mais poroso e ganhar produtividade. Ou seja, ele está aumentando sua eficiência produtiva e isto ainda não está sendo computado. Essa é a nossa missão, mostrar para a sociedade brasileira e para o mundo que a nossa pecuária, sim, é cada vez mais sustentável”, respondeu Manzatto.
“Olhando para a agenda ambiental do Brasil, é uma agenda de vanguarda no mundo, tanto pelo esforço da geração de tecnologias quanto o esforço dos nossos agricultores e pecuaristas nos últimos anos. Não é pequeno o esforço nem o ganho de produtividade que nós alcançamos ano após ano”, concluiu.
Confira as explicações completas de Manzatto pela entrevista abaixo:
Foto: Divulgação Rede ILPF