Novo boitel atenderá região com cerca de oito milhões de cabeças no Pará

Unidade recém-inaugurada do Confinamento JBS está localizada no município de Xinguara-PA e tem capacidade estática para engordar até 20 mil cabeças

Em entrevista ao Giro do Boi desta quarta, dia 21, o administrador José Roberto Bischofe Filho, gerente dos Confinamentos JBS, confirmou o lançamento de uma nova unidade entre os boiteis, que agora são nove ao todo. A mais recente estrutura inaugurada está localizada no município paraense de Xinguara, que detém o quarto maior rebanho bovino do estado.

“O Pará é um estado promissor. Está crescendo muito e se desenvolvendo. E a pecuária lá é intensiva, é forte. A gente já vinha há bastante tempo olhando estrategicamente para o Pará e graças a Deus deu certo. Então a unidade em Xinguara fica praticamente no meio de Redenção e Marabá, duas plantas frigoríficas nossas, e nós vamos trazer tudo que é de melhor nessa intenção de engorda final a cocho para os pecuaristas da região”, anunciou.

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“É uma estrutura de 15 mil, podendo chegar a até 20 mil bois no período da seca (de capacidade estática). Trata-se da Fazenda Santa Bárbara. […] É uma estrutura bem organizada, com fábrica de ração, com silo trincheira, ambientalmente correta, com lagoas de decantação, então é uma estrutura pronta. Cada piquete tem a capacidade para acomodar de 100 a 120 animais, respeitando a metragem de cocho e área para cada cabeça em torno de 14 a 16 metros quadrados livres por boi”, detalhou Bischofe.

Boitel JBS em Xinguara-PA: capacidade estática para até 20 mil cabeças. 

Além da estrutura, Bischofe destacou a equipe de profissionais capacitados para atender o pecuarista e buscar o melhor desempenho dos bois engordados nos cochos da unidade. “Nós estamos com equipe de veterinários e zootecnistas já treinada, já estão todos na unidade. Os equipamentos já estão todos revisados, a unidade já começou a operar, nós já nos posicionamos na compra dos insumos também, como milho, farelo de soja e volumoso, então está tudo pronto para proporcionar essas tecnologias de ponta de engorda para os nossos amigos pecuaristas. Lembrando que os animais ficam durante um período de 100 dias em cocho, mais ou menos, e engordam em média oito arrobas”, informou.

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“Vamos girar o ano inteiro”, confirmou o gerente dos Confinamentos JBS.

Veja na imagem abaixo o raio de atuação da unidade de engorda no estado do Pará (clique para ampliar):

“O Pará é um estado grande e dentro desse raio, com essa estratégia, nós estamos falando de um rebanho de aproximadamente oito milhões de cabeças a partir desse desenho. O Pará é surpreendente na questão de pecuária. […] Aos amigos pecuaristas do Pará, da região do raio de atuação. entre em contato conosco. Nós temos quatro modalidades de negócio, duas que se destacam mais, que é a diária a preço fixo determinado, que não se altera. Temos a arroba produzida, que o pecuarista acerta as arrobas engordadas dentro do período do confinamento. Temos a tradicional parceria, que o pecuarista recebe as arrobas magras a preço de boi gordo. E temos a ração por kg, que é destinada às fêmeas. Nós temos essas quatro modalidades à disposição do amigo pecuarista, mas o importante é ligar para gente, tomar um café, conversar e elaborar a melhor estratégia, não deixar o animal voltar nesse período de seca e aproveitar o boitel aproveitar a estrutura, infraestrutura, e a equipe preparada de veterinários, zootecnistas”, estimulou Bischofe.

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“Nós temos uma estrutura que permite olhar o boi todo dia de cima. Hoje, nos nossos boiteis, às 5h da manhã começa a leitura de cocho e a última termina às 9h da noite. Então nós olhamos os animais no mínimo cinco a seis vezes por dia com uma equipe técnica ‘em cima’, no detalhe da operação”, assegurou.

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Outra vantagem destacada por Bischofe para os parceiros é que não há desembolso pela engorda até que os animais sejam abatidos. “Nas nove unidades do Boitel JBS (Rio Brilhante e Terenos em MS, Guaiçara e Castilho em SP, Campo Florido-MG, Lucas do Rio Verde, Nova Canaã do Norte e Confresa em MT e agora em Xinguara-PA), o pecuarista não coloca a mão no bolso. Nós carregamos o custo da bóia, buscamos o boi magro, o frete, todo o carrego e, no momento do abate, desconta e repassa ao pecuarista. Então ele não coloca a mão no bolso e nós cuidamos do animal. Ele passa o animal para a gente e a gente vai cuidar e zelar do animal”, afirmou.

Bischofe revelou em quais unidades os lotes engordados no confinamento em Xinguara-PA serão abatidos. “O confinamento está estrategicamente no meio de Redenção e Marabá, então acredito que vai focar nesses plantas. E o pecuarista, o nosso parceiro que está colocando boi agora, já programa a receita recebível dele. Esses animais vão morrer em meados de outubro. […] O pecuarista já programa fluxo de caixa, programa da porteira para dentro a sua reposição, enfim, tem toda uma estratégia para ele fazer no detalhe”, observou.

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Além de aproveitar a oportunidade da operação de engorda intensiva em si, o produtor também vai poder agregar valor ao gado confinado no boitel caso ele esteja apto à certificação no Protocolo 1953. O Protocolo 1953 está valendo, então caso o pecuarista tenha animais de cruzamento industrial, fêmeas meio-sangue e machos castrados, é só a gente trocar uma ideia e fazer a conta juntos porque o Protocolo 1953 está valendo”, reforçou.

Bischofe ressaltou a diferença em desempenho que o confinamento tem proporcionado à pecuária brasileira. “Nosso cenário era um boi de 4,5 a 5 anos que morria a pasto com 18 arrobas. Hoje esse cenário trouxe um animal, via confinamento, que morre com 20 a 24 meses com 22 a 24@. Então nós estamos produzindo muito mais carne, encurtamos o tempo praticamente pela metade e dobramos a capacidade do Brasil produzir carne. E outra coisa: atendendo a protocolos internacionais de qualidade. O mercado quer um animal jovem, bem acabado para produção e exportação. E o confinamento é a ferramenta final – e eu gosto de falar essa frase – que esculpe o animal, deixa bem acabado e atende os mercados. E nós transferimos a premiação para os amigos pecuaristas”, completou.

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Bischofe respondeu ainda pergunta de um telespectador sobre a rentabilidade média da operação de confinamento para os parceiros dos boiteis da JBS no primeiro semestre de 2021.

“O primeiro semestre foi melhor porque os animais que morreram no primeiro semestre entraram (no cocho) a partir do mês 09 do ano passado. Então nós tivemos influência do insumo, do custo de engorda um pouco mais barato. Isso colocou uma rentabilidade de 15% a 20%. Já no segundo semestre agora essa rentabilidade diminui um pouco porque o grãos subiu, por causa do milho. Por exemplo, no mês 07 de 2020, do ano passado, o milho custava R$ 55,00 em São Paulo. Hoje está está flutuando na casa de R$ 98,00, quase R$ 100,00 a saca. Esse custo aumentou num período muito curto. Então a rentabilidade no ano passado era um pouco maior. Como o mercado ainda está se acomodando, as coisas estão se ajustando, a rentabilidade caiu um pouco e hoje está na casa dos 10%. […] No cocho a gente está apurando em torno de R$ 400,00 a R$ 600,00 livres nessas oito arrobas engordadas. Essa é a média do primeiro semestre para os nossos amigos pecuaristas que engordaram no boitel tanto em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e, agora, no Pará”, projetou.

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O contato para os produtores interessados nas modalidades de negócio com os boiteis dos Confinamento JBS pode ser feito direto nas unidades de abate da companhia ou pelo e-mail [email protected].

Já a entrevista completa com José Roberto Bischofe Filho, gerente dos Confinamentos JBS, está disponível no vídeo a seguir: