Boa parte das fazendas brasileiras estão sujeitas uma ameaça quase invisível e que pode atrasar em até quatro meses o desenvolvimento do animais, sejam eles de corte ou leite. Trata-se da BVD, a diarreia viral bovina, um mal que, apesar do nome, tem na diarreia um sintoma poucas vezes detectado e que não é exatamente o principal problema para o produtor.
Segundo o médico veterinário Fernando Dambrós, gerente de produto da Boehringer Saúde Animal, a BVD é uma ameaça que perdura há muitos anos nas fazendas brasileiras e muitas vezes o pecuarista não consegue enxergar o “monstro” que ela é. A razão é simples: como a gestão das propriedades muitas vezes é negligenciada, uma taxa de fertilidade de 60% acaba sendo aceita e os números de produtividade não são investigados a fundo. “Como o pecuarista não vai atrás do diagnóstico preciso para identificar, ele não leva a BVD em consideração”, relevou o veterinário.
“É por isso que eu chamo ela de uma doença produtiva, mais do que reprodutiva ou respiratória”, analisa Dambrós, explicando que entre os diversos prejuízos que a BVD traz aos rebanhos estão aborto, malformações, reabsorção embrionária, menor taxa de fertilidade, doenças respiratórias associadas e outros vírus que se aproveitam da imunosupressão. “Ela acaba comendo um pouco da margem do (pecuarista de) leite e do corte”, esclareceu em entrevista exibida no Giro do Boi desta quinta, 15.
Para combater a disseminação da doença pelos rebanhos brasileiros e evitar que o pecuarista tenha sua margem prejudicada pela BVD, a Boehringer Saúde Animal lançou recentemente uma nova vacina, chamada Bovela. A novidade é a carga de vírus vivos geneticamente modificados que compõem o produto, capaz de gerar uma reação diferente – e mais eficiente, de acordo com a companhia -, na comparação com as vacinas produzidas a partir de vírus inativados. “A vacina viva vai gerar uma memória imunológica, capacitando o animal a se defender em qualquer adversidade”, detalhou Dambrós.
Outra proteção oferecida por Bovela é a prevenção à formação de animais PI, ou persistentemente infectados. Trata-se de bezerros que tiveram contato com o vírus ainda no ventre da vaca e cujos sistemas imunológicos não são mais capazes de reconhecer a ameaça, tornando-os disseminadores da doença ao longo de toda a sua vida.
Para garantir a proteção, os pecuaristas devem seguir um protocolo simples: uma aplicação da vacina protege o animal ao longo de 12 meses. No caso de imunizar animais que estão em transição para a monta ou confinamento, Dambrós recomendou que estes sejam vacinados com antecedência de um a dois meses da estação reprodutiva ou do início da engorda, exemplificou. Bezerros podem ser vacinados a partir dos três meses.
Veja mais detalhes na entrevista completa de Fernando Dambrós disponível no link abaixo: