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Nenê Silveira: o que diz o pai do superprecoce sobre o futuro da pecuária

Nenê Silveira: o que diz o pai do superprecoce sobre o futuro da pecuária

Precursor do novilho superprecoce, defende suplementação desde a gestação para produzir carne de qualidade

A pecuária brasileira passou por uma revolução nos últimos 30 anos, e grande parte dessa transformação tem o DNA de Antônio Carlos Silveira, mais conhecido como Nenê Silveiraum dos precursores do novilho superprecoce e referência nacional em pecuária de corte. Em entrevista ao programa Giro do Boi, nesta segunda-feira (19), ele falou sobre os desafios da cria, a importância da nutrição gestacional e os caminhos para intensificar ainda mais a produção de bovinos superprecoces. Assista ao vídeo:

O nascimento do superprecoce

Silveira relembra que o conceito de boi superprecoce surgiu há três décadas, com a proposta de transformar o modelo extensivo tradicional em um sistema produtivo baseado em tecnologia. “Tudo começou quando desenvolvemos o protocolo do superprecoce. Até então, usavam-se as fazendas para manter o rebanho, mas sem objetivo produtivo”, contou o especialista.

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O foco era claro: encurtar o ciclo de produção, abatendo animais jovens, com peso adequado e carne de qualidade. “A ideia era transformar boi considerado tardio em precoce”, explica Nenê.

O papel crucial da alimentação

Segundo Silveira, 62% do crescimento do boi depende da alimentação. Apesar disso, ele faz uma crítica direta ao pouco avanço da cria em comparação ao restante da cadeia produtiva. “A pecuária evoluiu, mas a cria não acompanhou. Podemos fazer um boi mais precoce ainda, desde que o bezerro nasça mais pesado”, afirma.

E onde está o problema? “A fêmea não recebe suplementação nenhuma”, lamenta. Para ele, esse é um dos maiores gargalos da pecuária atual.

Nutrição na gestação: a chave do futuro

A grande aposta de Nenê Silveira para o futuro da pecuária superprecoce está na nutrição durante a primeira metade da gestação. De acordo com o consultor, é nesse período que se define a estrutura muscular do bezerro, responsável pelo rendimento de carcaça e qualidade da carne.

“Se nós tivermos nutrição na primeira metade da gestação, vamos ter mais fibras, mais músculos, mais carne, carne de qualidade. É isso que está faltando: suplementação”, alerta.

Precoce, eficiente e rentável

A visão de Nenê é clara: o novilho superprecoce continua sendo uma das formas mais eficientes de produzir carne no Brasil, especialmente quando aliado à genética, ao manejo estratégico e à nutrição adequada desde o ventre.

Com a aplicação correta das tecnologias, Silveira acredita que é possível levar a pecuária brasileira a um novo patamar de produtividade, sustentabilidade e rentabilidade. E ele deixa um recado aos produtores: “Temos que parar de usar as fazendas apenas como abrigo de gado. O foco precisa ser produzir mais carne, em menos tempo, com qualidade”.

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