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Não adianta suplementar o gado se você não souber o potencial do rebanho

Confira as recomendações do engenheiro agrônomo e doutor em ciência animal e pastagens, José Renato Silva Gonçalves, administrador da fazenda Figueira, propriedade localizada em Londrina (PR)

A suplementação do gado de corte não vai adiantar se o pecuarista não souber o potencial do rebanho e nem estiver colhendo o máximo da pastagem da fazenda. Assista ao vídeo abaixo e confira essa recomendação detalhadamente.

O alerta foi feito pelo engenheiro agrônomo e doutor em ciência animal e pastagens, José Renato Silva Gonçalves.

Ele é administrador da fazenda Figueira, localizada em Londrina (PR). A propriedade faz parte da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e, testa e valida novas tecnologias próprias e de instituições parceiras.

“O grande diferencial da pecuária brasileira é a pastagem, por isso, temos de potencializar ao máximo esse alimento no período chuvoso”, diz Gonçalves.

Conhecer bem a área, as necessidades do solo, ter em mente a quantidade de bovinos a ser engordada só vai ajudar o melhor desempenho da atividade.

Adubação de pasto deve buscar o equilíbrio

Bovinos em área de pasto. Foto: Reprodução
Bovinos em área de pasto. Foto: Reprodução

Um dos principais alertas para desenvolver um bom trabalho de produção de bovinos começa entendendo bem da área da fazenda.

O especialista recomenda que se faça uma adubação equilibrada para que nada falta para a nutrição da planta forrageira.

“Esse trabalho começa com uma boa calagem para diminuir o nível de alumínio no solo”, diz Gonçalves.

Uma boa análise de solo deve ser feita para poder repor os nutrientes que realmente faltam para sustentar as forrageiras.

Ajuste da taxa de lotação do gado por hectare 

Rebanho de bovinos Nelore em área de pasto. Foto: JMMatos
Rebanho de bovinos Nelore em área de pasto. Foto: JMMatos

Outro erro comum destacado por Gonçalves é colocar mais bovinos do que pode suportar a área de pastagem.

“Muitos pecuaristas fazem o superpastejo. E no final das contas, o que vai acontecer é a fazenda não atingir índices de produtividade por falta de comida para o gado”, diz.

A recomendação é que seja feita uma avaliação criteriosa da taxa de lotação dos animais que o pasto suporte.

É a partir dessa avaliação que também serão feitos os cálculos de nutrientes necessários nas adubações no pasto.

Todo o nutriente retirado do solo deve ser reposto para que a produção de bovinos seja satisfatória, segundo o especialista.

Pastagem, genética e suplementação

Bovinos se alimentando no cocho da fazenda. Foto: Reprodução
Bovinos de cruzamento industrial se alimentando no cocho da fazenda. Foto: Reprodução

A suplementação tem de ser entendida como um reforço adicional à pastagem. Senão o produtor deixa de aproveitar o alimento mais barato que há: o capim.

Se a fazenda não está aproveitando o nível máximo de suas pastagens, não adianta suplementar.

Adicionalmente, se o rebanho de bovinos não possui em genética para converter com eficiência os alimentos, também será dispendioso o gasto com suplementação.

“Nutrição e genética devem caminhar juntas para uma pecuária mais eficiente”, diz Gonçalves.

Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima e saiba que agora é o momento da propriedade se planejar para seca que vai vir neste ano.