Na pecuária de cria, investir é essencial para ter resultado a longo prazo

“Se eu quero estar produzindo bem, com eficiência, eu não posso tirar o pé do acelerador”, disse professor Zequinha sobre investir em pecuária de cria

Nesta terça, dia 15, o Giro do Boi levou ao ar entrevista com o doutor em zootecnia José Luiz Moraes Vasconcelos, o professor Zequinha, da Unesp de Botucatu-SP. Conforme comentou o especialista em sua participação, apesar dos desafios dos custos de produção, o produtor deve seguir investindo na pecuária de cria para obter bons resultados.

Nesse sentido, o professor pediu para que o criador projete o cenário para um futuro de médio prazo. “Na realidade, eu tenho que olhar para dentro de casa e ver o que eu quero daqui a cinco anos. Se eu quero estar produzindo bem, com eficiência, eu não posso tirar o pé do acelerador. Eu tenho que continuar na mesma sequência. Cria é a médio e longo prazo. Se eu tirar o pé hoje, eu faço economia agora. Porém, daqui a três anos, pode ser que eu pague a conta por essa economia”, alertou.

“Ou seja, se você quer se manter na atividade, quer melhorar, continue investindo, fazendo o seu melhor. Assim, você tem diluição do custo fixo do sistema. E animais melhores sempre têm maior valor no mercado. Sempre é assim. Animais de qualidade têm mais valor agregado e maior capacidade de oferecer retorno econômico”, sustentou.

ESTAÇÃO DE MONTA 2021/22

De acordo com o professor Zequinha, um dos principais desafios da última estação de monta foi a seca severa. Dessa forma, o especialista celebrou que o produtor da pecuária de cria entende cada vez mais a relação entre nutrição e eficiência reprodutiva.

Além disso, reforçou que animais de maior potencial genético inspiram mais cuidados para expressarem esta condição. “Em outras palavras, quanto mais inseminarmos, mais vamos precisar melhorar o manejo. Porque esses animais têm maior potencial e, consequentemente, maior exigência”, confirmou.

Ao mesmo tempo, outra lição da última estação de monta para a pecuária de cria foi a importância do planejamento. A aquisição antecipada de insumos e organização do manejo é fundamental para o resultado do criador. O ideal, segundo Zequinha, é finalizar em agosto o planejamento da monta que se inicia por volta de novembro.

FAZENDA NOTA 10

Posteriormente o professor da Unesp de Botucatu celebrou o fato de integrar, agora, o rol de embaixadores do Fazenda Nota 10. O programa foca na capacitação em gestão e comparação de resultados de fazendas de gado de corte e é fruto de parceria entre Friboi e Inttegra. Na iniciativa, pecuaristas parceiros da indústria ganham desconto de 75% do custo total dentro do programa.

Zequinha chamou atenção para o papel das empresas privadas na extensão rural e destacou a abrangência do programa além da coleta de dados, mas também do retorno ao produtor em forma de comparação. “É um ciclo de boas informações que o produtor vai receber. Então vai crescer bastante, sem dúvida alguma. E eu fico feliz em estar participando desse projeto que eu acredito que vai ser revolucionário no sistema de cria” disse em resumo.

Finalmente, Zequinha reforçou convite para que os pecuaristas de corte possam integrar a próxima turma do Fazenda Nota 10, que está com inscrições abertas:

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PERGUNTA DO TELESPECTADOR

Enfim, o professor Zequinha tirou uma dúvida sobre pecuária de cria vinda pelo Whatsapp. Um telespectador perguntou qual índice pode ser considerado bom como taxa de prenhez em primíparas. “Nós temos o grupo Gerar em que a gente separa os 33% das melhores fazendas, 33% das intermediárias e as 33% inferiores. Por exemplo, nas 33% melhores, o resultado médio das primíparas é acima de 60%. Enquanto isso, nas 33% inferiores, fica em torno de 35%. Assim, é o grupo que mais oscila em fertilidade entre as melhores fazendas e as piores fazendas porque é o grupo mais sensível. Então, se tiver qualquer falha na fazenda, quem paga a conta e quem sinaliza são as primíparas”, pontuou.

Por fim, assista a entrevista completa sobre pecuária de cria com o professor Zequinha:

Foto ilustrativa: Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes / Reprodução Embrapa