Meu touro Nelore vai dar conta de criar bezerros de corte com vacas leiteiras?

Criador do ES disse que tem cerca de 60 vacas leiteiras e quer aproveitar para criar uma renda extra com a produção de bezerros; confira a orientação do zootecnista Ricardo Abreu

O pecuarista Wellington Bernardo, de Alegre-ES, escreveu mensagem ao Giro do Boi contando que tem 60 vacas de leite em seu rebanho. “Minhas vacas são, como a gente diz por aqui, tudo ‘tatu com cobra’”, brincou o criador de gado de leite.

Contudo, Bernardo continuou a sua explicação. Ele disse que comprou há quatro anos um touro Nelore registrado e quer saber qual a melhor opção para produzir bezerros de corte a parte deste plantel de vacas leiteiras.

“Aqui o clima é quente e montanhoso”, ponderou.

Será que o uso do touro Nelore em vaca leiteira vai ter conta do recado?

Primordialmente, a produção do programa consultou um especialista para responder a questão no quadro Giro do Boi Responde.

RESPOSTA DO ESPECIALISTA

Conforme disse o zootecnista Ricardo Abreu, gerente de fomento da ABCZ, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, o criador acertou na escolha sobre o touro Nelore em vaca leiteira.

“O touro você já possui. E é muito comum utilizar um touro Nelore PO registrado em cima da vacada de leite porque você consegue ter heterose e, consequentemente, ter um caixa a mais na fazenda vendendo esse produto. Será um bezerro que tem carcaça voltada para mais peso, para mais conformação frigorífica”, projetou.

Contudo, Abreu revelou que assim como o touro Nelore em vaca leiteira, outras raças também poderiam ajudar Bernardo em seu objetivo. Por exemplo, o Brahman, o Guzerá, o Tabapuã e o Sindi.

“Então são raças que têm essa força dentro da produção de corte. Mas como você já está aí com o touro Nelore PO registrado, você pode estar utilizando”, confirmou.

ALÉM DA ESCOLHA DA RAÇA

Depois de aprovar o uso do touro Nelore em vaca leiteira, Abreu também reforçou a importância do pecuarista escolher não só a raça, mas a procedência do indivíduo em si.

“A ABCZ prega sempre ter o registro genealógico das raças zebuínas no sentido de ter acuidade dessas informações, de você ter a referência de onde está adquirindo esses animais registrados melhoradores e ter a informação também deles”, ressaltou.

Juntamente com o registro genealógico, o touro deve ter também sua régua de DEPs conhecida. “Além do registro, a avaliação genética. Isto é, a predição do valor genético que o animal vai transmitir entre as características econômicas importantes para a sua criação”, acrescentou.

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“Por exemplo, fertilidade, idade ao primeiro parto mais cedo o possível para essas fêmeas, o menor intervalo de parto para que as fêmeas sempre produzam um bezerro todo ano. E, principalmente, que essas fêmeas sejam aquelas inquilinas que pagam a conta, ou seja, que desmamam um bezerro todo esse. Nesse sentido, que esses bezerros tenham qualidade superior em peso, em conformação de carcaça”, justificou.

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Por fim, Abreu convidou o pecuarista a entrar no site da ABCZ para conferir todos os selecionadores que podem atender a demanda do pecuarista do Espírito Santo.

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Confira a resposta completa de Ricardo Abreu sobre o uso de touro Nelore em vaca leiteira no quadro Giro do Boi Responde desta quarta, dia 03:

Foto ilustrativa: Geneplus / Embrapa