Meteorologista faz o alerta de geadas muito fortes até julho 

Região Sul e parte do Sudeste e Centro-Oeste devem ser as áreas mais afetadas. Confira 

Atenção pecuaristas, especialmente os das regiões Sul, Sudeste e Cento-Oeste. As temperaturas devem cair até meados de julho, com possibilidade de fortes geadas. O alerta foi dado pelo meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Não podemos dizer que vai ser igual ao ano passado, mas vamos ter geadas fortes. Com duas ou três invasões de ar polar que vão trazer as geadas. Então vale a precaução”, diz Schneider.

O especialista e doutor em meteorologia foi entrevistado no Giro do Boi desta quinta-feira, 5, e falou como fica o tempo até o final do ano. Segundo ele, além da Região Sul, áreas em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem ser as mais afetadas, com, pelo menos, dois eventos de geadas fortes.

A situação do clima vem depois das fortes chuvas registradas na região Sul do Brasil. E, agora, é situação se reverte, com previsão de estiagem nesta região. “O resumão é que deve chover abaixo do normal na região Sul, e, por isso, o pessoal deve ter precaução quanto ao milho de segunda safra”, diz Schneider.

É culpa da La Niña

Dois fenômenos climáticos que mudam o direcionamento do clima na América do Sul. O primeiro, o El Niño, o qual é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, e a La Niña, que é o esfriamento das águas.

É justamente em função deste segundo fenômeno, a La Niña, que ocorre a reviravolta no tempo na região Sul do Brasil. “Em geral ela ocasiona bastante seca no Sul. Mas a tendência é que essa seca venha afetar também o Sudeste e o Centro-Oeste”, diz o especialista.

Queda de umidade no solo

A situação atual de umidade do solo é de taxas muito baixas no Sudeste e Centro-Oeste. Na área da divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais a temperatura está mais baixa e sem chuva, o que agrava os baixos índices de umidade do solo.

“Estamos falando de um porcentual de 20% a 30% de umidade de solo, o que é muito baixo”, diz Schneider.

Entre as ações que o produtor rural pode fazer para minimizar essas condições climáticas está justamente o trabalho com o foco de melhoria do solo, com maior deposição de matéria orgânica e plantios que ajudam a reter mais água.

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: