
A terminação de oito milhões de bovinos por ano no Brasil em sistema de confinamento mostra a força dessa estratégia produtiva. Mas, para garantir bons resultados, é preciso mais do que genética e nutrição. A sanidade do rebanho é um dos pilares da pecuária que dá certo, principalmente durante o inverno, quando as doenças respiratórias bovinas (DRBs) se tornam mais comuns. Veja o vídeo:
A explicação é simples: nesta época do ano, as oscilações térmicas, o aumento da poeira no ambiente e a maior aglomeração dos animais favorecem a disseminação de agentes infecciosos. E quando falamos de doenças respiratórias, o risco é alto — elas são as principais responsáveis pela mortalidade nos confinamentos.
Metafilaxia é aliada do confinador contra doenças respiratórias
Para enfrentar esse desafio, entra em cena a metafilaxia — uma estratégia de prevenção que combina o uso de antibióticos e anti-inflamatórios em animais que estão em fase crítica de exposição a agentes causadores de DRBs.
Quem reforça a importância dessa técnica é André Desjardins, médico-veterinário e coordenador da Vetoquinol Saúde Animal. Diretamente de Sinop (MT), ele destacou os benefícios da metafilaxia no manejo de inverno:
“A metafilaxia pode reduzir em até 70% a incidência das doenças respiratórias e a mortalidade causada por elas. Além disso, o ganho de peso do gado melhora de 20% a 30%, o que se reflete diretamente na lucratividade do confinador.”
Equipe treinada é essencial para identificar sinais precoces
Para que a metafilaxia seja eficaz, não basta apenas aplicar os produtos certos. É preciso uma equipe bem treinada, que saiba identificar os primeiros sinais clínicos de que um animal está começando a adoecer. Isso permite que a intervenção aconteça no momento ideal, evitando perdas e mantendo o ritmo de engorda.
Segundo Desjardins, “com o frio, o gado tende a se aglomerar mais, o que acelera a transmissão de doenças. E, como a DRB é silenciosa no início, detectar precocemente é fundamental para salvar o animal e evitar que outros se contaminem.”
Sanidade, nutrição e genética: o tripé do confinamento eficiente
O exemplo reforça o que já é consenso entre os especialistas: não existe sucesso no confinamento sem controle sanitário eficiente. Ao lado da nutrição balanceada e da genética de qualidade, a sanidade bovina é um investimento de retorno garantido, principalmente quando a meta é alcançar altas taxas de ganho de peso por hectare.
Em um cenário de custos apertados e margens justas, evitar a perda de um animal por doença pode ser o fator que define o lucro do lote.
Mais saúde, mais arrobas, mais lucro
Adotar a metafilaxia e treinar a equipe são medidas simples que geram impacto direto na qualidade de vida dos animais, no desempenho zootécnico e no resultado final da fazenda.
Seja em grandes estruturas ou confinamentos de pequena e média escala, o cuidado com a sanidade é um diferencial que protege o rebanho e fortalece o caixa.