Os confinadores iniciaram maio com uma boa notícia: os custos da diária-boi (CDB) registraram queda consecutiva entre março e maio nos três sistemas acompanhados pelo Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC), da FMVZ-USP. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
Direto do campus da USP em Pirassununga, o Dr. Gustavo Sartorello, da Agroplanner, apresenta o índice de custo do boi confinado em Goiás e São Paulo, agora com um formato inédito que facilita o entendimento da composição da diária-boi.
O destaque foi o confinamento de São Paulo médio (CSPm), que teve redução de 4,4%, caindo de R$ 21,49 para R$ 20,55 por cabeça/dia.
Mesmo assim, esse resultado reforça o desafio atual da pecuária intensiva: cortar gastos sem comprometer desempenho animal. Com a alimentação representando mais de 80% do custo total, qualquer variação no preço dos insumos afeta diretamente o bolso do produtor.
Nutrição pesa no custo e exige mais atenção na formulação da dieta
A análise detalhada do ICBC mostra que o custo nutricional é o grande vilão da rentabilidade. Em maio, ele variou de R$ 15,69 (CGO – Goiás) a R$ 17,28 (CSPg – São Paulo grande), enquanto o custo operacional representou de 14% a 19% da diária.
Esses dados destacam a importância de otimizar a dieta do rebanho, buscando alternativas mais baratas e eficazes para manter o ganho de peso e reduzir a pressão sobre as margens.
Os ingredientes das dietas também apresentaram variações relevantes. Em São Paulo, o sorgo caiu 8,3%, mas outros itens como a casca de soja, o farelo de trigo e o farelo de algodão 38% PB subiram até 10%. Já em Goiás, o farelo de soja 45% PB teve queda expressiva de 10%, favorecendo o produtor local.
Diferenças entre sistemas indicam resiliência e necessidade de gestão individualizada
Embora os três modelos tenham registrado recuos no custo da diária, a intensidade foi diferente. O CGO (Goiás) se mostrou mais estável, indicando uma possível menor sensibilidade às variações de insumos ou maior resiliência na estrutura do sistema.
Isso reforça a necessidade de cada pecuarista conhecer bem sua realidade e ajustar a gestão conforme seu perfil produtivo.
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Os custos totais por arroba também variaram. Em maio, ficaram em R$ 339,64 (CSPm), R$ 334,91 (CSPg) e R$ 333,35 (CGO).
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Taxa Selic também pesa: capital de giro e terra ficam mais caros
Outro fator que pressiona os custos de produção é a taxa Selic, que segue em 14,75%. Esse índice influencia diretamente a remuneração do capital de giro, dos ativos imobilizados e da terra, elevando o custo de oportunidade do confinamento.
Nesse cenário, quem domina os números tem vantagem competitiva pois contar com a sorte é fácil — difícil é tomar decisão com base em dado e manter a margem no azul.
Ferramentas gratuitas ajudam na tomada de decisão
O ICBC reforça a importância do uso de ferramentas de gestão. O produtor pode baixar gratuitamente a planilha de custos desenvolvida pela FMVZ-USP e aplicar a metodologia completa na sua fazenda.
Isso ajuda a entender os gargalos do sistema, comparar com benchmarks e agir com mais segurança nas negociações e compras.
Mais do que nunca, monitorar os custos com frequência e buscar eficiência em cada etapa da produção é o caminho para enfrentar um mercado cada vez mais apertado. Clique aqui e faça o download do relatório na íntegra.
Especial Confinamento no Giro do Boi
Reserve a data na sua agenda: na próxima semana, nos dias 19 e 20, quinta e sexta-feira (no horário de sempre do programa, a partir das 7h), o Giro do Boi apresentará um especial sobre confinamento feito diretamente na unidade da Friboi em Guaiçara, no interior de São Paulo.
O especial tratará de técnicas de manejo, nutrição, monitoramento do cocho e do desempenho dos animais, sanidade e inovações que garantem maior retorno ao confinador.
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