
A pecuária de Mato Grosso continua em expansão, e a intenção de confinamento para 2025 é um claro indicativo disso. Segundo o levantamento anual do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa é confinar cerca de 926,8 mil cabeças, um aumento de 3,84% em relação a 2024.
A pesquisa, que ouviu 116 pecuaristas, mostra que a maioria, 69,57%, vai manter a atividade, enquanto 30,43% optou por não confinar. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelo retorno de pequenas fazendas que haviam suspendido o confinamento no ano anterior.
Apesar do aumento no custo da diária do confinamento, que subiu 11,93% para R$ 13,25 por cabeça por dia, o setor está se beneficiando da recuperação do preço da arroba do boi gordo. A alta no preço do milho, um dos principais insumos, pressionou os custos.
No entanto, a relação de troca entre boi e milho atingiu 5,52 sacas por arroba, a maior média desde 2019, o que tem sustentado a continuidade da atividade e animado os produtores.
Terminação intensiva a pasto ganha destaque
O levantamento do Imea também mostra que o setor está se modernizando com a adoção de sistemas alternativos de terminação. A Terminação Intensiva a Pasto (TIP) tem conquistado mais espaço, especialmente entre os produtores que não vão confinar este ano.
A adesão ao TIP, apontado como uma alternativa mais econômica devido ao menor custo operacional e de infraestrutura, é de 18,18% entre os que não confinam, contra 6,90% entre os confinadores ativos.
Já o semiconfinamento manteve sua participação estável em ambos os grupos. A busca por essas alternativas mostra que o pecuarista mato-grossense está buscando otimizar os custos e aumentar a eficiência da sua produção.
É uma estratégia inteligente para continuar competitivo mesmo com as oscilações do mercado.
Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!
Riscos e preocupações dos pecuaristas
Quando questionados sobre as principais preocupações, os produtores citaram o preço do gado de reposição como o maior desafio, com 36,71% das respostas. A menor oferta de animais nessa categoria tem pressionado os custos.
A volatilidade do preço do boi gordo também é um fator de risco, destacado por 23,81% dos entrevistados. Além disso, o ambiente político foi mencionado por 9,52% como um ponto de atenção.
Apesar das preocupações, os pecuaristas estão mais confiantes, o que se reflete no uso de mecanismos de proteção de preços, que está em um dos níveis mais baixos dos últimos anos.
Apenas 8% dos produtores fecharam contratos a termo e 3,7% recorreram a operações de trava na B3. Essa baixa procura por travas de preço mostra que a maioria está optando por aproveitar a valorização da arroba e os possíveis ganhos no mercado.
Antecipação na compra de insumos garante rentabilidade
Uma estratégia inteligente para controlar os custos, mesmo com o aumento dos preços do milho, foi a antecipação da compra de insumos. O estudo do Imea mostrou que cerca de 80% do volume de milho necessário já havia sido negociado até julho.
Essa medida permitiu que os produtores aproveitassem uma janela de preços mais baixos, garantindo uma parte da rentabilidade da atividade.
O segundo semestre de 2025 deverá ser o auge do confinamento em Mato Grosso, com a maior parte dos envios para abate concentrada nos meses de agosto, setembro e outubro.
Isso consolida o ano como um período de forte desempenho para a terminação intensiva no estado. O setor mostra que, com planejamento e estratégias adaptativas, é possível prosperar mesmo diante dos desafios do mercado.
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.