Como gado de mesmo sangue, trato e manejo produz só 15% de carne premium. Onde está o erro?

O especialista Roberto Barcellos analisa a inconsistência na produção de carne de qualidade no Brasil

Como gado de mesmo sangue, trato e manejo produz só 15% de carne premium. Onde está o erro?
Como gado de mesmo sangue, trato e manejo produz só 15% de carne premium. Onde está o erro?

Em uma discussão aprofundada no programa Giro do Boi, o engenheiro agrônomo e consultor Roberto Barcellos explicou as discrepâncias na produção de carne premium no Brasil, apesar de múltiplos fatores padronizados como o mesmo sangue, trato e manejo dos animais. Apenas 15% do gado atinge o padrão premium, semelhante ao “Prime” nos Estados Unidos, devido a fatores cruciais, principalmente ligados à genética e seleção inadequadas do rebanho. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Barcellos aponta que a baixa proporção de carne premium deve-se à falta de seleção focada nas características de carcaça e qualidade da carne, especialmente nas fêmeas.

Ele explica que o uso de sêmen de qualidade inferior e a falta de uma seleção criteriosa das fêmeas contribuem para a inconsistência. Esse contraste é evidente quando comparado ao mercado dos EUA, onde 80% a 90% dos bovinos atingem status de “Choice” ou superior devido a práticas seletivas rigorosas.

Necessidade de melhoramento genético bovino

Para melhorar a consistência e a qualidade da carne, Barcellos enfatiza a importância de uma seleção genética cuidadosa, destacando que os avanços dependem de optar pelo material genético correto desde a base do rebanho.

Ele destaca que as empresas de inseminação precisam focar nos melhores recursos genéticos disponíveis globalmente para maximizar a eficiência produtiva e a qualidade da carne.

Impacto econômico e de mercado

Tendência no marmoeiro: exemplos de cortes de proteína animal com gordura entremeada. O corte acima é de salmão, abaixo (à esq.) de suíno e, ao lado dele, um corte de carne bovina. Foto: Reprodução

A inconsistência na produção também afeta a lucratividade dos produtores. A carne de qualidade superior deve justificar seu custo mais elevado com um prêmio no mercado. No entanto, sem a produção consistente, muitos pecuaristas acabam não lucrando o que poderiam.

Barcellos sugere que educar e ajustar as práticas agrícolas são passos cruciais para alcançar os padrões internacionais e, assim, garantir margens de lucro melhores, tanto no mercado interno quanto externo.

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Futuro da pecuária brasileira

Para Barcellos, o futuro da pecuária brasileira está em investir em genética para produzir carne de qualidade a um custo competitivo.

Como observado na indústria de suínos e aves, a pecuária de corte precisa adotar técnicas precisas, eliminando animais ineficientes e focando em características que promovam tanto a eficiência quanto a qualidade superior.

Essa mudança inevitavelmente ajudará a posicionar o Brasil como um líder global não apenas na quantidade, mas na qualidade da carne bovina.

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