O Brasil tem cerca de 30 milhões de vacas-matrizes expostas a touros sem critério genético, o que compromete a produtividade da pecuária nacional. O alerta vem de um estudo conduzido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e reforçado por Eduardo Pedroso, diretor executivo de originação da Friboi, que foi eleito o zootecnista mais influente do agronegócio em 2024. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Pedroso destaca que a falta de seleção genética adequada resulta em bezerros com desempenho inferior.
Além disso, o estudo aponta que o Brasil tem um rebanho de matrizes superior ao dos Estados Unidos, que hoje conta com cerca de 28 milhões de vacas.
“Nos damos ao luxo de ter um rebanho maior que o americano e deixar 30 milhões de matrizes expostas a qualquer boi”, criticou Pedroso.
Programas para incentivar a melhoria genética
Para reverter esse cenário, iniciativas como o PMGZ Carne, uma parceria entre Friboi e ABCZ, buscam promover a seleção de touros de alto desempenho.
O programa incentiva pecuaristas a usarem reprodutores testados, cujas progênies são acompanhadas da recria ao abate, com avaliação criteriosa da carcaça.
“A revolução na pecuária está acontecendo, e quem não investir em genética vai perder dinheiro”, reforça Pedroso.
Outro exemplo vem do projeto Valoriza Araguaia, que incentiva a retenção e terminação de bezerros de genética superior na região do Vale do Araguaia, agregando mais peso e valor ao boi pronto para o abate.
Segundo Pedroso, a expectativa é que iniciativas como essa levem a um aumento da produtividade e rentabilidade do setor.
Seleção genética é o caminho para maior eficiência
O avanço da nutrição e da tecnologia de terminação tem gerado resultados impressionantes, mas a genética ainda é um gargalo.
“Quanto mais peso e menos tempo, mais dinheiro no bolso. O Brasil precisa dar luz ao melhoramento genético do gado de corte”, reforça Pedroso.
A mensagem do especialista é clara: a pecuária nacional tem o potencial de elevar sua competitividade global, mas para isso, precisa deixar de depender de “bois de cabeceira de boiada” e apostar na genética comprovada.
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