MUITO ALÉM DA CISTICERCOSE

Água de açude é a grande porta de entrada de doenças para o gado

Confira os detalhes e impactos da doença na entrevista com o médico-veterinário Marcelo Molento, PhD em parasitologia no Canadá e professor da Universidade Federal do Paraná

Água de açude é a grande porta de entrada de doenças para o gado
Água de açude é a grande porta de entrada de doenças para o gado

No Giro do Boi desta terça-feira, 16 de abril, destacamos um tema fundamental para a saúde do rebanho: o uso de água de açude na pecuária e seus riscos associados. Durante uma entrevista com o médico-veterinário Marcelo Molento, PhD em parasitologia e professor da Universidade Federal do Paraná, discutimos as implicações de utilizar açudes como fonte de água para o gado e alternativas mais seguras. Assista ao vídeo abaixo e confira essa conversa detalhadamente.

Açudes são corpos de água estagnada que podem facilmente tornar-se focos de doenças para o gado, especialmente em regiões com manejo menos controlado das fontes de água.

Marcelo Molento aponta que, além de acúmulos naturais de dejetos e contaminação por carcaças, esses reservatórios podem abrigar uma série de patógenos perigosos para o gado.

Doenças como botulismo e fasciolose hepática, provocada por caramujos que frequentam esses ambientes, são exemplos claros dos riscos associados ao consumo de água de açude pelos animais.

A ação dos patógenos presentes na água

Bovino bebendo água de açude. Foto: Divulgação
Bovino bebendo água de açude. Foto: Divulgação

Molento esclarece que o ambiente de um açude propicia condições ideais para o desenvolvimento de agentes patogênicos que prejudicam significativamente a saúde e a produtividade do rebanho.

Ele ressalta a importância de entender que a contaminação não se limita aos organismos visíveis ou às carcaças encontradas na água, mas também à presença de microrganismos que podem proliferar em ambientes aquáticos mal conservados.

Recomendações do especialista

Para evitar os riscos associados ao uso de açudes, Molento recomenda a implementação de sistemas de abastecimento de água que garantam qualidade e segurança.

Bebedouros artificiais, por exemplo, são altamente recomendáveis por permitirem melhor controle sobre a qualidade da água consumida pelo rebanho.

A implementação destes sistemas não só protege os animais de doenças transmitidas por água contaminada, mas também contribui para o manejo eficiente da saúde animal na fazenda.

A importância da conscientização e manejo adequado

Peão no meio do rebanho. Foto: Reprodução
Peão no meio do rebanho. Foto: Reprodução

Outra medida essencial é a educação contínua dos pecuaristas sobre as práticas adequadas de manejo da água e a importância da higiene no ambiente agrícola.

Limpeza regular dos locais de acesso à água e monitoramento constante da qualidade da água são práticas cruciais para evitar a incidência de doenças.

Priorizando a saúde animal

Manejo de bovinos em área de curral. Foto: Reprodução
Manejo de bovinos em área de curral. Foto: Reprodução

A entrevista com o Dr. Molento destaca que um dos pilares para uma pecuária produtiva e rentável é a manutenção rigorosa da saúde animal através da gestão adequada dos recursos hídricos.

Convertendo açudes em sistemas controlados de fornecimento de água limpa e tratada, os pecuaristas não só elevam o padrão de sanidade de seus rebanhos mas também contribuem para a prevenção de perdas econômicas substanciais decorrentes de doenças.

Assim, seguir estas recomendações não é apenas uma questão de saúde animal, mas uma decisão estratégica inteligente no manejo moderno da pecuária.