A mastite bovina continua sendo um dos principais desafios para quem vive da produção de leite no Brasil. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
Mas o que muitos pecuaristas ainda não sabem é que 44% dos casos da doença têm origem genética, segundo dados apresentados pelo médico-veterinário Juliano Melo, da Zoetis Saúde Animal, em entrevista ao programa Giro do Boi.
A boa notícia? Já existem tecnologias capazes de identificar precocemente quais animais têm maior risco de desenvolver a enfermidade – e o produtor pode usar essas informações para evitar prejuízos sérios.
Durante a Megaleite 2025, maior feira da cadeia leiteira da América Latina, a Zoetis destacou soluções práticas, como o teste genômico Clarifide, que permite detectar predisposição genética à mastite, metrite e outras doenças, com base em uma simples amostra de pelo.
“A gente consegue predizer os animais que são mais propensos a ficar doentes antes mesmo deles apresentarem sintomas clínicos”, explicou Juliano Melo.
Genética e sanidade: combinação que impacta direto no lucro
Na entrevista, o especialista alertou para um dado preocupante: enquanto os custos com alimentação chegam a representar até 90% dos investimentos em confinamento, os gastos com sanidade caíram para menos de 1% em muitas propriedades.
“O animal doente não converte ração em carne ou leite. Só o animal saudável expressa seu potencial genético e traz retorno financeiro ao produtor”, afirmou.
Essa realidade reforça a importância de usar ferramentas genômicas não apenas para melhorar desempenho, mas também para garantir bem-estar e longevidade dos animais no rebanho.
“Uma vaca com alto potencial produtivo, mas que tem predisposição à mastite, pode sair do rebanho já na primeira lactação, causando prejuízo”, alertou Melo.
Tecnologia a favor do produtor: menos antibiótico, mais lucro
Outra frente apresentada pela Zoetis na Megaleite foi o uso estratégico do antibiótico Synulox, voltado ao tratamento da mastite.
O produto se destaca por ter um período de descarte mais curto: enquanto outros antibióticos exigem até 8 dias de descarte do leite, o Synulox permite que isso seja feito em apenas 5 dias.
“Parece pouco, mas em uma vaca que produz 40 litros por dia, isso significa uma economia enorme”, frisou Melo.
Além do ganho financeiro, o menor tempo de descarte também reduz riscos de contaminação e melhora o controle da qualidade do leite. Mas o veterinário reforça que a prevenção é mais eficiente e mais barata do que o tratamento, e é aí que a genética entra como diferencial estratégico.
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Clarifide: seleção genética que olha para saúde, produção e eficiência
Com o Clarifide, é possível prever desempenho produtivo, saúde e eficiência alimentar de cada animal. A tecnologia ajuda o produtor a tomar decisões mais acertadas sobre quais vacas devem permanecer no rebanho e quais devem ser descartadas.
“O Clarifide mostra, por exemplo, quais animais têm potencial para produzir mais leite comendo menos. É eficiência na veia”, resume o especialista.
A ferramenta também contribui para identificar as melhores bezerras para reprodução, aumentando a taxa de sobrevivência e produtividade das futuras matrizes.
“Genética é algo que o produtor coloca no rebanho e não sai mais. Se for errada, o prejuízo se arrasta por gerações”, pontuou Juliano Melo.
Efeito genético no leite é maior do que muitos imaginam
Os dados revelados na feira impressionam. No gado Holandês, 58% do potencial produtivo vem da genética.
No caso do Girolando, essa porcentagem é de 28% e está em crescimento a cada geração. Isso mostra que, ao investir em genética de qualidade, o produtor não melhora apenas o presente, mas constrói um futuro mais rentável.
Além de doenças como mastite e metrite, o Clarifide também faz predições sobre problemas de casco, retenção de placenta, deslocamento de abomaso e doenças respiratórias, entre outras.
Ou seja, trata-se de um aliado poderoso não só na produção de leite, mas na sustentabilidade econômica e sanitária da fazenda.
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