Nesta segunda, dia 02, o Giro do Boi exibiu pela primeira vez em sua grade regular de programação o programa especial da noite de 21/10, ocasião do lançamento do Benchmarking da safra 2018/19, contando com entrevista especial do zootecnista Antônio Chaker, mestre em produção animal e diretor da empresa de consultoria Inttegra, responsável por coordenar o projeto.
No segundo bloco daquele programa, Chaker apontou as principais diferenças entre as fazendas de cria que ganham dinheiro das que têm prejuízo. Em média, as fazendas que tiveram prejuízo no universo do levantamento (*) tiveram taxa de prenhez de 70,9% contra 82,8% das mais lucrativas. Quanto à taxa de desmame, a “turma do prejuízo” marcou 66,1% contra 75,8% das melhores fazendas de cria.
No que diz respeito à desmama de bezerros, Chaker advertiu que o criador não deve prestar atenção somente no número, mas no indicador “quilos de bezerro por vaca exposta à reprodução”, cuja fórmula é “peso dos bezerros x quantidade de bezerros desmamados / número de matrizes que entraram na estação de monta”. Neste índice, as fazendas mais lucrativas tiveram 164 kg de bezerros desmamado por vaca, enquanto as piores tiveram 145 kg. O zootecnista afirmou que a média em todo o Brasil é ainda pior, em torno de 88 kg. “Por isso a turma afirma que cria não dá lucro”, alertou Chaker.
O que é importante para fugir desta realidade, segundo o especialista, é apostar no aproveitamento das fêmeas precoces, com 18 meses ou menos, e prestar atenção também nos custos de produção. O ideal é que o criador gaste cerca de R$ 35 com o conjunto vaca e bezerro por mês, finalizando uma arroba produzida de menos de R$ 100.
Segundo apontado no último Benchmarking, as melhores fazendas de cria conseguiram produzir bezerros com custo próximo a R$ 700 cada um, enquanto algumas das que tiveram prejuízo chegaram a um custo de produção de quase R$ 1.500,00 por cabeça.
Veja as explicações detalhadas de Antônio Chaker pelo vídeo abaixo:
* O estudo do Benchmarking está em sua sétima edição, é feito desde 2012, e reúne números de propriedades incluídas em realidades diversas de produção por todo o Brasil e América Latina para efeito de comparação de desempenhos e indicação de referências. Nesta última safra, entre 1º de julho de 2018 e 30 de junho de 2019, foram analisados os dados de 378 fazendas em 12 estados do Brasil, além de Paraguai e Bolívia, propriedades que contam com 5.251 colaboradores, reúnem um rebanho de 1,64 milhão de animais distribuídos em uma área de 1,35 milhão de hectares de pastagem e faturam, em conjunto, R$ 1,76 bilhão.