BEM-ESTAR ANIMAL

Manejo sem estresse faz novilha emprenhar 4,6% a mais, diz estudo inédito

Confira os detalhes deste estudo na entrevista com o engenheiro agrônomo Antony Luenenberg, coordenador de Bem-Estar Animal da MSD

O manejo sem estresse tem um efeito muito poderoso durante os protocolos de inseminação artificial. A prática influi em mais novilhas prenhes. Um estudo identificou que a técnica de bem-estar aumentou 4,6% a mais. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Quem deu detalhes sobre esse estudo foi o engenheiro agrônomo Antony Luenenberg, coordenador de Bem-Estar Animal da MSD Saúde Animal. Ele foi o entrevistado do Giro do Boi nesta segunda-feira, 14.

A pesquisa revelou que o manejo sem estresse potencializa o bem-estar animal e a reprodução de novilhas Nelore.

Este tipo de prática emerge como uma estratégia promissora, otimizando a reprodução e o bem-estar das novilhas Nelore, na corrida pela eficiência reprodutiva. 

Manejo sem estresse é foco de estudo feito em parceria entre a MSD e a USP

Um recente estudo, conduzido pelo renomado professor da USP e especialista em reprodução, Pietro Baruselli, em parceria com a MSD Saúde Animal, lança luz sobre a importância do bem-estar animal no contexto da reprodução bovina.

Os resultados apontam para benefícios surpreendentes do manejo de baixo estresse, especialmente durante a estação de monta, garantindo maior eficiência reprodutiva e, consequentemente, impactos positivos na produção.

No centro das atenções estavam as novilhas Nelore, jovens e promissoras, com apenas 14 meses de idade. Clique aqui e confira o estudo na íntegra (a publicação está em inglês).

O estudo buscou avaliar os efeitos do manejo de alto estresse em comparação com o manejo de baixo estresse durante a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) desses animais.

Bem-estar impacta na reprodução

Manejo dos lotes de novilhas. Foto: Divulgação/MSD Saúde Animal
Manejo dos lotes de novilhas. Foto: Divulgação/MSD Saúde Animal

Os resultados obtidos nos experimentos demonstraram que o manejo de baixo estresse influencia positivamente o comportamento e a eficiência reprodutiva das novilhas Nelore.

Os animais submetidos a esse tipo de manejo apresentaram uma notável redução na velocidade de fuga ao saírem do tronco de contenção após a inseminação.

Além disso, a ocorrência de coices também foi menos frequente, indicando um ambiente mais tranquilo e seguro para as novilhas.

Alta taxa de prenhez das novilhas que foram bem tratadas

Mas os benefícios não param por aí. As novilhas que passaram pelo manejo de baixo estresse demonstraram taxas de prenhez mais elevadas em comparação com aquelas que foram submetidas a métodos de manejo tradicionais e mais agressivos.

Isso se traduz em economia para os criadores, uma vez que os protocolos de IATF foram otimizados, resultando em uma utilização mais eficiente das doses de sêmen.

Além disso, houve um aumento significativo no número de fêmeas prenhes, contribuindo para um rebanho mais produtivo e lucrativo.

Detalhes do estudo e metodologia

O estudo envolveu um grupo de 801 novilhas Nelore, todas com 14 meses de idade, provenientes de fazendas localizadas no Mato Grosso, Brasil.

Esses animais foram divididos em dois grupos: o grupo controle (CON), que passou por um manejo de alto estresse caracterizado por abordagens agressivas e reativas, e o grupo experimental (RAT), submetido a um manejo de baixo estresse, com abordagens mais calmas e silenciosas.

Durante o protocolo de indução de ciclicidade, as novilhas foram sincronizadas para receber a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Os resultados evidenciaram que as novilhas do grupo RAT apresentaram menor frequência de fuga durante o manejo e demonstraram comportamento mais tranquilo em relação às novilhas do grupo CON.

Bem-estar é aliado da reprodução bovina

Os achados deste estudo reforçam a importância fundamental do bem-estar animal no contexto da reprodução bovina.

A adoção de práticas de manejo de baixo estresse não apenas melhora o comportamento das novilhas, como também influencia positivamente a eficiência reprodutiva, resultando em taxas de prenhez mais elevadas e economia de recursos para os criadores.

Esses resultados têm implicações significativas para a indústria pecuária, destacando a necessidade de repensar as abordagens tradicionais de manejo em prol de práticas mais suaves e respeitosas com o animal.

A busca por maior eficiência não deve se sobrepor ao bem-estar dos animais, e este estudo oferece evidências sólidas de que ambos os objetivos podem caminhar de mãos dadas.