
Agrônomo explica o que fazer agora para manter boa oferta de massa forrageira no período seco
Com o fim do período das chuvas se aproximando, produtores como o pecuarista Vinícius Moura, de São Luís (MA), já se preocupam com a queda na produtividade dos pastos. Ele possui 130 vacas da raça Nelore, com peso médio de 350 kg, em uma área de 70 hectares com capim Mombaça. E quer saber: quais estratégias de baixo custo podem ser adotadas agora para garantir boa oferta de massa forrageira na seca?
Para responder à dúvida, ouvimos o agrônomo Wagner Pires, especialista em nutrição de pastagens e consultor técnico. Segundo ele, o momento é decisivo para garantir que o pasto resista mais tempo ao estresse hídrico. Assista ao vídeo:
A raiz do problema está… na raiz
“Estamos nas últimas chuvas. Em breve, o pasto começa a amarelar, secar, e o gado sente na pele. O ganho de peso cai junto com a qualidade da forragem”, explica Pires.
O problema começa na raiz da planta. Com o fim das chuvas, a umidade do solo se aprofunda e o sistema radicular do capim, se raso, não alcança mais água suficiente para se manter verde. O resultado? A taxa de lotação cai e o desempenho animal desanda.
“É preciso agir agora, enquanto o capim ainda está verde, ainda está fazendo fotossíntese”, alerta o agrônomo.
Aplicação foliar pode fazer toda a diferença
A orientação técnica de Wagner Pires é clara: investir em uma aplicação foliar de baixo custo, usando fertilizantes que promovam crescimento radicular profundo.
Entre os produtos indicados estão os que têm:
- Cálcio
- Fósforo
- Nitrogênio
- Aminoácidos
Esses elementos ajudam a planta a formar raízes mais profundas e resistentes, o que melhora a absorção da umidade remanescente do solo.
“Com essa estratégia, mesmo em um período seco de cinco meses, o produtor consegue estender por mais dois meses a boa qualidade da pastagem”, explica.
Benefício econômico e estabilidade na fazenda
A proposta, segundo o agrônomo, traz equilíbrio na propriedade. Ao evitar a queda brusca da qualidade e quantidade de forragem, o produtor não precisa tomar decisões emergenciais mais caras, como suplementação pesada ou redução de lotação.
“Isso se traduz em estabilidade de ganho de peso do rebanho, planejamento financeiro mais seguro e até possibilidade de manter a comercialização programada de animais, sem atropelo”, completa.
Quando e como aplicar?
O momento ideal para aplicar esse tipo de produto é imediatamente após as últimas chuvas, enquanto o pasto ainda está ativo na fotossíntese. A aplicação deve ser foliar, com pulverização uniforme. Vale lembrar que:
- A pulverização deve ocorrer nos horários de menor calor (manhã ou final da tarde);
- É importante respeitar a dosagem e as recomendações do fabricante;
- O custo por hectare pode variar, mas em geral é viável para a maioria das propriedades.
Essa prática se soma a outras estratégias complementares, como o manejo rotacionado do pasto, uso de sobressemeadura com forrageiras adaptadas à seca e o ajuste da carga animal.