Inseminação artificial cresce 28% em 2020 e chega a 77% dos municípios do Brasil

No País, uma a cada cinco vacas já está sendo desafiada à reprodução por meio da IA; no gado de corte, número é ainda maior e alcança os 22,2%

Em vídeo enviado especialmente ao Giro do Boi e que foi ao ar nesta quarta, 10, o presidente da Asbia, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial, Márcio Nery, celebrou os “excepcionais resultados” do setor resumidos no Index Asbia 2020, recentemente divulgado pela entidade.

“Quero aproveitar a oportunidade para dar os parabéns a todas as empresas associadas à Asbia, que fizeram o possível e o impossível nesse ano tão difícil, tão complicado. Elas seguiram em frente, levando a possibilidade do melhoramento genético a mais de 77% dos municípios do Brasil. Essa é a penetração demonstrada no Index Asbia/2020”, enalteceu.

“Um crescimento muito forte de 28%. Nós chegamos a quase 24 milhões de doses para o cliente final, foram quase 22 milhões de doses vendas totais de todas as raças, crescendo ainda em botijões, exportação, a prestação de serviço. Uma produção interna de mais de 14 milhões de doses, o que é muito forte”, quantificou Nery. O crescimento de 28,1% representou uma evolução de 18,5 milhões para 23,7 milhões de doses de sêmen, mais exportação e prestação de serviço do setor, conforme consta no Index Asbia 2020.

+ Acesse aqui na íntegra o Index Asbia 2020

“E, com isso, o Brasil chega a patamares muito bons em termos da penetração da inseminação. Quase 20% do rebanho nacional inseminado. No corte, isso já demonstra valores muito acima da média nacional (22,2%veja no gráfico abaixo). Mas, no leite, ainda precisamos trabalhar e iremos continuar trabalhando nesse sentido”, ponderou.

Nery ressaltou o crescimento expressivo do uso de genética especialmente para a pecuária tropical. “É interessante também o crescimento de todas as linhas de corte produzidas no Brasil. Houve um avanço muito grande das linhas tropicais de corte e de leite no País e isso demonstra a força do melhoramento genético produzido aqui dentro”, salientou.

O executivo apontou os motivos do avanço do setor em 2020. “Quando me perguntam o que está acontecendo no mercado do melhoramento genético, eu cito sempre aqueles fatores: o excelente custo x benefício. O custo é de no máximo 1 ou 2% do custo total da produção; o segundo ponto é que a genética é um insumo permanente, que você pode colocar dentro da sua propriedade. Além disso, ela atua não somente na ponta do aumento da produção, mas na ponta da redução de custos, quando se trabalha precocidade, fertilidade, eficiência alimentar, resistência a doenças. E a esses três fatores, eu somo outro extremamente importante neste momento em que se fala tanto em sustentabilidade. O melhoramento genético ataca de frente esse problema. Com o melhoramento genético, o Brasil vai produzir mais com menos”, opinou.

Nery anunciou ainda projeções para o desempenho do setor em 2021. “Fiquem muito otimistas porque 2021 será um ano também espetacular para o melhoramento genético. Nós esperamos a continuidade desse crescimento, a continuidade da penetração da inseminação artificial. 25% (de crescimento) é nossa expectativa, o que fará o total de doses chegar próximo a 30 milhões de doses. Isso é muito importante, é muito relevante”, estimou.