Em junho deste ano, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) para o Centro-Oeste foi de R$14,06, enquanto no Sudeste foi de R$11,34. Esses números revelam uma redução de apenas 0,64% no custo alimentar no Centro-Oeste em comparação com o recuo de 4,14% no Sudeste em relação ao mês anterior.
A tendência de queda no custo do confinamento, iniciada em abril de 2024, ainda é resultado da colheita de grãos no Brasil, revelando uma estagnação no Centro-Oeste.
Reflexos da colheita de grãos
Os dados são da Ponta, empresa especializada na gestão da informação e precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano.
A Ponta criou o ICAP, um índice que será produzido mensalmente para refletir as variações dos preços dos insumos e commodities relacionados à alimentação animal, e seu impacto no custo da diária alimentar dos confinamentos bovinos brasileiros.
Dados do confinamento no Centro-Oeste
No Centro-Oeste, a redução observada no ICAP em junho, embora discreta, foi estimulada pela queda na cotação dos insumos energéticos, com destaque para o milho grão seco (-6,12%) e a silagem de milho grão úmido (-4,67%).
O custo da tonelada da matéria seca da dieta de terminação, a mais cara dentro do ciclo produtivo, foi de R$1.090,80, permanecendo praticamente estável (0,02%) em comparação ao trimestre.
A região tem enfrentado mais desafios de custos de produção em 2024, com redução menos acentuada do que a observada no Sudeste.
Queda acentuada no Sudeste
Para o Sudeste, a redução no ICAP foi impulsionada pela queda na cotação dos insumos energéticos (-15,93%) em relação ao trimestre anterior.
Os ingredientes mais utilizados na região, milho grão e polpa cítrica, apresentaram redução significativa por dois meses consecutivos.
O milho grão teve uma redução de 13,60% e a polpa cítrica de 8,58% em relação a maio. O custo da tonelada da matéria seca da dieta de terminação foi de R$1.021,51, apresentando uma forte redução (-10,13%) quando comparado ao trimestre.
Balanço do primeiro semestre de 2024
Durante o primeiro semestre de 2024, o ICAP variou de R$14,46 em janeiro para R$14,06 em junho no Centro-Oeste, mostrando uma redução de 2,77%.
Já no Sudeste, a redução foi mais significativa, com o índice variando de R$12,08 para R$11,34 no mesmo período, resultando em uma queda de 6,13%.
Nos meses do primeiro semestre, o valor do ICAP do Sudeste foi inferior ao do Centro-Oeste, com os confinadores do Sudeste pagando, em média, R$2,36 a menos na diária do confinamento.
Impacto do milho
Paulo Dias, CEO da Ponta, explica que o ICAP é sensível às flutuações das principais commodities. A queda na cotação do milho gerou um impacto positivo na redução do custo das diárias de confinamento.
“No Centro-Oeste, o manejo nutricional é baseado na cultura do milho, um ingrediente principal em todos os tipos de alimentos. Essa cultura puxou a queda do índice e do custo das rações na região, compensando o aumento no custo de outros ingredientes.” Paulo Dias
No Sudeste, a redução do ICAP foi impulsionada pela queda nas cotações de alguns insumos energéticos e proteicos.
Sobre ICAP
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), da Ponta Agro, é produzido mensalmente e reflete as variações dos preços dos insumos e commodities relacionados à alimentação animal e seu impacto no custo da diária alimentar dos confinamentos bovinos brasileiros (R$/cabeça/dia).
Criado a partir de uma base de dados que corresponde a mais de 1,7 milhão de diárias de animais confinados, o ICAP auxilia produtores e consultores na análise dos custos de dieta e planejamento de compra de insumos, além de orientar estratégias de gestão de estoque.
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