DE OLHO NA REPRODUÇÃO

IATF cresce 250 vezes em 20 anos. Saiba como técnica está revolucionando a pecuária no País

Confira os detalhes na entrevista com o mais renomados cientistas do País na área de reprodução bovina, o médico veterinário Pietro Sampaio Baruselli

Vacas em área de pasto. Foto: Reprodução
Vacas em área de pasto. Foto: Reprodução

A Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) tem se destacado como uma das principais revoluções na pecuária brasileira nas últimas duas décadas. A técnica cresceu 250 vezes nos últimos 20 anos. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.

Quem explorou este assunto foi um dos mais renomados cientistas do País na área de reprodução bovina, o médico veterinário Pietro Sampaio Baruselli.

Ele é especialista, mestre, doutor e pós-doutor em Reprodução Animal, e é pesquisador e professor da USP.

Baruselli esteve no estúdio do Giro do Boi nesta quarta-feira, 18, para o especial “De Olho na Reprodução” e destacou um estudo que  revelou um crescimento notável no uso da IATF pelos produtores ao longo de 2002 a 2022.

Neste período, a técnica teve uma taxa de crescimento anual composta (CAGR – Compound Annual Growth Rate) de impressionantes 31,8% no número de protocolos de sincronização comercializados para IATF.

Impacto da IATF na pecuária do País

Protocolo de inseminação artificial de vacas. Foto: Divulgação
Protocolo de inseminação artificial de vacas. Foto: Divulgação

Nesse mesmo intervalo de 20 anos, o CAGR para a venda de doses de sêmen no Brasil foi de 6,7%. Esses números impressionantes evidenciam o impacto da IATF na pecuária do Brasil.

No início da avaliação (de 2002 a 2006), observamos taxas de crescimento excepcionalmente altas, com um crescimento anual de mais de 50%. Esse rápido crescimento inicial está diretamente relacionado ao baixo número de procedimentos de IATF realizados no Brasil nesse período, com apenas 100.000 protocolos comercializados em 2002.

Flutuação das taxas de crescimento da IATF

Protocolo de inseminação artificial (IA) na fazenda. Foto: Divulgação
Protocolo de inseminação artificial (IA) na fazenda. Foto: Divulgação

A partir de 2007, o mercado atingiu a marca de 2 milhões de procedimentos por ano, e as taxas anuais de crescimento começaram a diminuir, atingindo o menor índice em 2017, com um crescimento de 3% em relação ao ano anterior.

No entanto, a partir de 2018, o mercado de IATF se recuperou de maneira impressionante, com taxas de crescimento superiores a 15% ao ano, mesmo atingindo um número significativo de procedimentos. Em 2018, o mercado ultrapassou a marca de 13 milhões de protocolos de IATF comercializados.

Adoção elevada da tecnologia pelos produtores

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Peão a cavalo. Foto: Wenderson Araujo/CNA

Após um crescimento anual significativo de 2018 a 2021, houve uma pequena redução de 5,3% em 2022.

Apesar dessa queda, é importante ressaltar que a adoção da tecnologia pelos produtores ainda se mantém em níveis elevados, com uma taxa de crescimento anual.

As considerações sobre o mercado de IATF incluem um recuo de 5,3% na comercialização de protocolos para IATF em relação ao ano anterior (2021 vs. 2022).

Em 2021, foram comercializados 26.480.025 protocolos, comparados aos 25.075.120 em 2022, representando uma redução de 1.404.905 protocolos vendidos.

No entanto, mesmo com a queda nas vendas, observou-se um aumento no percentual de animais inseminados por IATF. Em 2021, esse percentual era de 93%, passando para impressionantes 97,7% em 2022.

Consolidação da IATF no mercado de inseminação artificial

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Manejo de bovinos em área do curral na fazenda. Foto: Reprodução

Esses dados refletem a consolidação da IATF no mercado de inseminação artificial e destacam sua importância na pecuária brasileira.

Com taxas de crescimento anuais notáveis, a IATF continua a ser uma das principais ferramentas para aumentar a eficiência reprodutiva e a qualidade genética do rebanho bovino no Brasil.

Essa revolução na pecuária está longe de desacelerar e promete continuar transformando o setor nos próximos anos.