
Pecuaristas, a escolha do cruzamento industrial é fundamental para o sucesso de um rebanho, seja para carne ou para leite. Washington Cobacho, de Mira Estrela (SP), possui vacas Senepol e mestiças e pensa em inseminá-las com sêmen de touro Holandês para a produção de leite. Assista ao vídeo.
Nesta quarta-feira, 12 de agosto, o zootecnista Guilherme Marquez, especialista em genética de gado de leite, respondeu à dúvida no quadro “Giro do Boi Responde”.
Ele explica que o cruzamento de Holandês com Senepol é o oposto do que se busca para a produção de leite e oferece outras alternativas para o produtor.
O desafio do “Dairy on Beef”

Guilherme Marquez explica que a raça Holandesa é conhecida por sua alta capacidade de metabolizar nutrientes e transformá-los em leite.
No entanto, o cruzamento do Holandês x Senepol é um “Dairy on Beef”, o oposto do “Beef on Dairy” (touro de corte em vaca leiteira). Nesse caso, o produtor estaria usando uma raça de leite sobre uma raça de corte, o que não é o caminho mais eficiente para a produção de leite.
As fêmeas meio-sangue Holandês x Senepol produzirão mais leite que suas mães, mas não serão vacas altamente produtivas. A produção de leite não se resume a um pico de produção, mas à quantidade de dias produzindo.
Fêmeas que não são especializadas podem ter um pico alto, mas um período de lactação muito menor, ficando mais tempo “vazias” e sem produzir. Elas seriam como um “hóspede de hotel que fica 365 dias, mas só paga 100”, ou seja, um prejuízo.
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Duas opções para o sucesso na produção de leite

Guilherme Marquez oferece duas alternativas para Washington Cobacho, que busca um rebanho de alta produção de leite:
- 1ª opção: Embrião de Girolando. É o caminho mais rápido para a evolução genética. A primeira geração de Girolando já nasce com alta produção de leite. O produtor pode usar embrião de Girolando 5/8, meio-sangue ou 3/4. É uma forma de ter vacas extraordinárias para produção de leite em apenas uma geração.
- 2ª opção: Touro Holandês. Se o produtor insistir na ideia, ele terá vacas meio-sangue Holandês que produzirão mais leite que as mães, mas os machos serão aproveitados apenas para o abate.
Guilherme Marquez ressalta que, se o objetivo é ter um rebanho de leite, é preciso usar uma genética especializada para isso. O uso de embrião de Girolando é a forma mais rápida e assertiva de ter animais com alta produção e longevidade no rebanho.
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