Nesta segunda, 27, o engenheiro agrônomo e mestre em solos e nutrição de plantas Neivaldo Cáceres, pesquisador da linha de pastagens da Dow para a região sudeste e Mato Grosso do Sul, concedeu entrevista ao Giro do Boi para repassar aos pecuaristas dicas para o controle de plantas daninhas em pastagens por meio de herbicidas.
Segundo o agrônomo, o erro na aplicação, como regulagem do equipamento a ser utilizado e cálculo inadequado da dosagem, pode fazer com que o defensivo não tenha o efeito desejado. No entanto, ponderou sobre não haver dicas precisas para todas as realidades. “Não existe receita de bolo. Cada área é diferente, cada planta tem um determinado comportamento, bem diferente da agricultura, em que há um estágio uniforme das plantas”, refletiu.
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O mestre em solos e nutrição de plantas advertiu que a chegada de lotes de reposição na propriedade pode levar a infestação de novas plantas nos pastos, visto que os bovinos podem trazer sementes consigo até mesmo dentro de seu organismo. “No mínimo 48 horas, mas o ideal seria ficar até cinco dias em piquetes próximos onde se tenha o controle melhor da população de plantas porque você tem uma chance muito grande de estar trazendo sementes no rúmen do animal, no seu trato digestivo ele vai trazer plantas desconhecidas para a propriedade”, alertou.
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Uma das várias perguntas que o agrônomo recebeu pelo Whatsapp do Giro do Boi abordou o prazo que os bois deve ficar fora do piquete que acabou de receber aplicação de defensivos. Cáceres afirmou que existe um período mínimo de carência de um dia. “Esse é um ponto bem importante porque quando se aplica o produto na pastagem, se o gado vier a comer a pastagem, ele vai ingerir o produto. E esse produto é excretado em até 96 horas via fezes e urina, então não fica no metabolismo, na carne ou no leite, mas é interessante pelo menos um dia após aplicar sem estar com gado pastejando”, explicou.
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Em sua entrevista a Mauro Sérgio Ortega, o especialista falou ainda sobre as principais formas de aplicar os defensivos, como aplicadores costais (indicados para áreas menores), por trator, para áreas maiores e mais infestadas, ou avião, para projetos mais intensificados. Cada equipamento é indicado para combater tipos diferentes de plantas indesejadas, mas o importante para Neivaldo é fazer o combate antes de as ervas florescerem. “Não é só em relação a esta época do ano, mas ao estágio da planta. À partir do momento em que ela floresce você tem uma dificuldade maior para fazer o controle. O mais interessante é fazer o controle durante a brotação na folha, que está mais sensível e receptiva ao herbicida até ela florescer. Se já floresceu, tem que aumentar a dose e dificulta o controle”, indicou.
Veja a entrevista completa do agrônomo e mestre em solos e nutrição de plantas Neivaldo Cáceres ao Giro do Boi desta segunda clicando no player abaixo: