O Giro do Boi recebeu em estúdio nesta quinta, dia 30, o mestre em biotecnologia e em administração de empresas Sérgio Schuler, vice-presidente de negócios de nutrição e saúde animal da DSM e empossado ao final de agosto como presidente do GTPS, cujo significado foi recentemente alterado de Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável para Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável.
Em sua participação, Schuler opinou sobre o motivo de o tema sustentabilidade ganhar cada vez mais espaço nas discussões do agro e de outros setores da economia.
“A gente tem um planeta só, então a gente precisa cuidar muito bem dele. A população está incrementando em número cada vez mais, são mais bocas para serem alimentadas, então a gente tem que produzir de um modo mais sustentável. Então o tema ganha importância com o passar dos anos”, analisou.
O executivo destacou o papel inclusivo que o GTPS desempenha na agropecuária, unindo as contribuições e perspectivas de setores distintos como pecuaristas, indústrias de insumos e frigoríficas, varejistas, instituições financeiras e órgãos públicos, fazendo com que o grupo se transformasse, de fato, na Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável.
“Todo mundo senta na mesa, então a gente discute os assuntos de todos os ângulos. O GTPS foi a primeira mesa redonda da pecuária em si. Hoje em dia tem vários países que têm mesas redondas, temos até a ‘Global Roundtable’ (for Sustainable Beef), que é uma mesa redonda global, mas como fundador deste movimento de trazer todos os elos para uma mesma mesa, a gente está usando esta palavra agora”, justificou.
+ Acesse aqui o portal da GRSBeef
Schuler valorizou também a inclusão do bem-estar animal dentro da sustentabilidade da pecuária de corte. “A bandeira do bem-estar animal a gente levanta há algum tempo, ela é fundamental. Eu falei com algumas certificadoras recentemente e, apesar de ter um investimento inicial para mudança dos sistemas e tudo mais, acho que o retorno vem muito rapidamente, só com redução de taxa de mortalidade em 3 ou 4% esses investimentos já se pagam. E não é só pelo bem-estar em si dos animais, que também é importante, mas também aumenta muito a produtividade”, sustentou.
O novo presidente do GTPS listou o MIPS (Mapa de Iniciativas da Pecuária Sustentável) e o GIPS (Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável) entre as principais ferramentas de trabalho da mesa para o avanço das discussões no setor e projetou ainda como foco de sua gestão o grupo de trabalho focado no pagamento por serviços ambientais.
+ Acesse aqui o MIPS (Mapa de Iniciativas da Pecuária Sustentável)
+ Acesse aqui o GIPS (Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável)
“A gente mapeou todos os gargalos e estamos atuando nesta frente para a gente conseguir valorizar cada vez mais esses serviços. Atualmente tem o projeto de lei 528, que está tramitando, que é a regulamentação dos créditos de carbono, assuntos que vão ser muito discutidos nesta COP26 que a gente tem daqui a pouco mais de um mês (1º a 12 de novembro). […] (O pagamento por serviços ambientais) Está em construção, mas no dia que estiverem regulamentados esses serviços ambientais, tem que ter uma remuneração, eles têm que ser valorizados. Talvez eles não sejam bem regulamentados ainda, mas num futuro… Além da produtividade que é imediata. Então tendo um sistema mais sustentável, ele é mais produtivo e mais econômico nesse sentido. Mas eu acredito também que vai ter uma regulamentação pelo governo, pelos países ou pelo próprio consumidor, que vai começar a exigir isso dentro dos produtos que vai cada vez valorizar mais esses serviços”, estimou Fábio Schuler.
+ Confira aqui mais detalhes sobre a nova diretoria do GTPS
Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com o novo presidente da GTPS, a Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável: