ESPECIALISTA RESPONDE 

Girolando com Gir Leiteiro: cruzamento pode ser bom negócio?

Estratégia genética melhora a produção leiteira, mas exige cuidado com partos difíceis e padrão do rebanho

Girolando com Gir Leiteiro: cruzamento pode ser bom negócio? (Foto: Reprodução).
Girolando com Gir Leiteiro: cruzamento pode ser bom negócio? (Foto: Reprodução).

A combinação das raças Girolando e Gir Leiteiro é uma estratégia de cruzamento que pode impulsionar a genética e a produtividade de leite, especialmente em sistemas que buscam conciliar rusticidade e volume de produção. 

Ao quadro Giro do Boi Responde, o pecuarista Rafael Salomão questiona sobre a viabilidade de usar um touro Girolando em sua vacada Gir Leiteiro. Segundo o zootecnista Guilherme Marquez, a ideia é promissora e pode, sim, ser um bom negócio.

O especialista parte da premissa de que o touro Girolando utilizado seja um 5/8 (com 3/8 de Gir Leiteiro e 5/8 de Holandês). Ao inserir essa genética na vacada Gir Leiteiro pura, o produtor está adicionando uma alta carga de leite (da porção Holandesa) e, ao mesmo tempo, mantendo a rusticidade e a adaptação (da porção Gir).

Confira: 

Duplo benefício: leite e carne

O principal benefício desse cruzamento é a melhoria do animal para a produção de leite sem comprometer a adaptação ao clima tropical. Além disso, o cruzamento gera um duplo benefício com a produção de machos F1.

Os machos resultantes desse cruzamento tendem a ser mais fortes do que os machos de um Gir Leiteiro puro, tornando-os mais adequados para o abate e para o aproveitamento na cadeia da carne.

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Riscos e a seleção de touros para evitar o parto distócico

Como em todo cruzamento entre raças distantes, há a possibilidade de efeitos indesejáveis, já que a heterose (vigor híbrido) é maximizada. O principal risco apontado é o de partos distócicos ou difíceis, pois o bezerro pode crescer mais do que o esperado.

A solução para minimizar esse risco é focar na Inseminação Artificial (IA) e na seleção criteriosa do touro:

  • Foco no nulo: o produtor deve procurar touros Girolando que tenham informações genéticas de peso ao nascimento e período gestacional próximas a zero, garantindo a facilidade de parto.
  • GPTA Leite: além do parto fácil, é essencial que o touro tenha um alto valor de GPTA Leite (Genética Predita para Transmissão de Aptidão), assegurando a produção leiteira.

A perda de homogeneidade (morfologia) também é um risco, mas o caminho da IATF com a seleção por dados é o mais seguro para que o pecuarista maximize o resultado do cruzamento.

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