Para produzir mais arrobas por hectare, tem cinco passos essenciais que vão levar a propriedade para o caminho da lucratividade. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Em entrevista, o doutor em zootecnia Maurício Scoton, da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), compartilhou os aprendizados do ano e apontou cinco passos essenciais para os pecuaristas que buscam maior rentabilidade em 2025.
O especialista destacou que o ano de 2024 foi intenso para a pecuária de corte no Brasil. Eventos climáticos extremos, como enchentes no Rio Grande do Sul e secas severas, impactaram rebanhos e pastagens.
Somado a isso, pragas como lagartas e cigarrinhas trouxeram desafios adicionais. Entretanto, a suspensão da vacinação contra febre aftosa e o aumento no confinamento de gado mostraram que há oportunidades mesmo em cenários adversos.
Passo 1: Entenda sua operação econômica
Segundo Scoton, conhecer detalhadamente os custos da fazenda é o primeiro passo.
“O pecuarista precisa separar os custos fixos e variáveis, entendendo onde está gastando e onde pode economizar”, destacou.
Ele enfatiza que aumentar a lotação para pelo menos 2 unidades animais por hectare (UA/ha) é essencial para diluir custos fixos e melhorar o faturamento.
Outro ponto crítico é identificar receitas e investir em melhorias contínuas na propriedade.
“Fazenda é uma fábrica. Precisa produzir mais com eficiência”, alertou o especialista.
Passo 2: Planejamento técnico e forrageiro
O planejamento técnico envolve o manejo adequado do pasto, o fluxo de caixa e a escala de produção.
“O pecuarista deve alinhar o plano nutricional e sanitário com as demandas do rebanho, garantindo comida de qualidade o ano todo”, explicou Scoton.
Ele relembrou casos de produtores que, por falta de planejamento, ficaram sem silagem e precisaram vender o gado a preços baixos.
Investir em variedades de pastagens adequadas à região é outro diferencial.
“Escolher o tipo errado de capim pode significar prejuízos imensos”, alertou.
Passo 3: Estoque estratégico de alimentos
A seca prolongada de 2024 mostrou que depender exclusivamente do clima pode ser desastroso. Por isso, Scoton reforça a importância de manter estoques de silagem, feno e ração.
“Quem tinha comida armazenada enfrentou a seca com muito menos prejuízos”, disse.
Para ele, criar um planejamento forrageiro eficiente é sinônimo de segurança.
“Não dá para contar com a sorte. Produzir comida é garantir a sobrevivência da fazenda.”
Passo 4: Adote tecnologias e boas práticas
Maurício Scoton destacou exemplos de fazendas que utilizam inteligência artificial no manejo de pastagens, como na Fazenda Marinheiro, em Minas Gerais.
“A tecnologia ajuda a tomar decisões mais precisas e a reduzir desperdícios”, disse.
Ele também mencionou sistemas integrados como a integração lavoura-pecuária, que potencializam a produtividade da terra.
Passo 5: Monitore e ajuste constantemente
O último passo é o acompanhamento contínuo dos resultados.
“Pecuária de corte é dinâmica. O que deu certo hoje pode precisar de ajustes amanhã”, explicou Scoton.
Ele recomenda o uso de indicadores como ganho médio diário (GMD) e custo por cabeça ao mês para avaliar a eficiência da operação.
Com essas estratégias, o especialista conclui:
“A pecuária dá lucro. Mas é preciso gestão, planejamento e dedicação.”
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