
Na recria e engorda, ou se ganha dinheiro ou se amarga prejuízo. E foi adotando o bem-estar animal e uma gestão minuciosa dos custos que o pecuarista Victor Darido, da Fazenda Água Preta, no Vale do Paraíba (SP), virou o jogo e se tornou uma referência na fase mais sensível da pecuária.
Durante entrevista ao Giro do Boi, Victor compartilhou as estratégias que fazem sua operação ser lucrativa mesmo em cenários desafiadores.
A propriedade, que antes enfrentava dificuldades com animais reativos e baixa imunidade, hoje colhe os frutos de um manejo baseado em tranquilidade no trato, suplementação bem-feita e acompanhamento constante.
A média de ganho de peso diário (GMD) ultrapassa 1 kg na recria, resultado de boas práticas e foco total no desempenho individual do rebanho.
Estratégia em três pilares: preço médio, custo baixo e proteção de margem
Para garantir rentabilidade, Victor segue três pilares que aplicam bem-estar e gestão na prática:
- Preço médio: compra e venda escalonadas de gado e insumos para diluir riscos e evitar prejuízos com as oscilações do mercado.
- Custo de produção enxuto: sem economizar de forma errada. O foco é gastar certo para produzir mais, diluindo custos fixos e produzindo arrobas mais baratas.
- Proteção de preço: toda a terminação é 100% travada, seja com boi a termo, seguro de preço mínimo ou contratos diretos com a indústria.
“O segredo é não deixar dinheiro na mesa”, reforça Darido, que também utiliza boitéis e sistemas como a TIP (Terminação Intensiva a Pasto), conforme a estratégia da fazenda em cada estação do ano.
Pasto de qualidade, rotina e foco no detalhe
Um dos diferenciais do sistema adotado por Victor é o manejo de pastagem bem planejado, com suplementação ajustada e rotina rígida de trato, garantindo previsibilidade no consumo.
Ele alerta: TIP só dá certo com pasto bem manejado, água de qualidade e trato constante.
Na Fazenda Água Preta, o segredo está em fazer o básico de forma extraordinária todos os dias. E o resultado aparece no campo — bezerros e garrotes com ótimo desempenho, mesmo no período seco, e engordas lucrativas em qualquer cenário de mercado.
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Flexibilidade, planejamento antecipado e foco no desempenho
Outro ponto central no modelo de gestão de Victor é a flexibilidade estratégica. Antes da seca, ele já ajusta a carga animal, planeja a reposição e organiza a suplementação para garantir que o boi ganhe peso todos os dias, mesmo no período de estiagem.
“Boi parado é prejuízo certo”, resume o pecuarista.
Por isso, ele recomenda que a seca seja planejada ainda durante as águas, adotando práticas como diferimento de pasto, ajuste de lotação e suplementação estratégica.
Da prática ao ensino: conhecimento que atravessa fronteiras
Além da atuação prática, Victor compartilha seu conhecimento com mais de 30 mil alunos em 19 países por meio de treinamentos e cursos focados em recria e engorda.
Com uma linguagem direta e técnica, ele mostra que é possível unir paixão e retorno financeiro na pecuária.
“Sucesso é um conjunto de pequenas derrotas de quem não desistiu”, afirma Victor, que encara cada desafio como uma oportunidade de subir mais um degrau no negócio. E essa mentalidade tem inspirado pecuaristas de todo o Brasil.
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