FEEDLOT SUMMIT BRAZIL

Ciclo pecuário: “Não tire o pé do acelerador em época de baixa”, alerta especialista

Essa foi a principal mensagem do engenheiro agrônomo e consultor de mercado pecuário Maurício Palma Nogueira, durante sua participação no Feedlot Summit Brazil 2024. Assista ao vídeo

A pecuária brasileira passa por uma fase de transição dentro do ciclo pecuário, e a principal recomendação dos especialistas é clara: não desacelerar os investimentos na propriedade, mesmo em tempos de baixa. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Essa foi a principal mensagem do engenheiro agrônomo e consultor de mercado pecuário Maurício Palma Nogueira, sócio-diretor da Athenagro, durante sua participação no Feedlot Summit Brazil 2024, evento que reuniu quase dois mil técnicos e produtores em Goiânia.

Com anos de experiência na análise de mercado, Nogueira alerta que o ciclo pecuário é passageiro e que produtores que se preparam estrategicamente em momentos de baixa têm vantagens competitivas quando o mercado se recupera.

“Se você tira o pé do acelerador agora, perde a oportunidade de lucrar mais no futuro”, afirmou o consultor.

Tecnologia e manejo estratégico garantem rentabilidade

Apesar da recente queda nos preços da arroba, o cenário atual oferece boas oportunidades para a adoção de tecnologias, uma vez que há maior oferta de insumos e condições favoráveis para a intensificação dos sistemas produtivos.

Segundo Nogueira, o produtor que mantém o uso de tecnologias – como suplementação, manejo de pastagens e genética de ponta – consegue melhorar a eficiência do rebanho e garantir maior produtividade por hectare.

Um dos principais pontos de atenção está na gestão das pastagens. De acordo com os cálculos apresentados por Nogueira, um pasto mal manejado pode ter custos similares a um pasto bem manejado.

No entanto, aí tem uma diferença crítica: na baixa tecnologia, o pecuarista tira 5 a 6 arrobas por hectare, enquanto na alta tecnologia pode alcançar de 15 a 20 arrobas. Esse desperdício impacta diretamente a rentabilidade da fazenda.

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Mudanças climáticas exigem planejamento mais assertivo

Outro desafio que tem afetado a gestão da pecuária é o impacto das mudanças climáticas, especialmente em relação ao período seco e às queimadas.

O especialista destaca que, nos últimos anos, houve uma redução do uso do fogo no manejo das pastagens, mas os incêndios ainda representam um risco.

“O fogo pode ser acidental – causado por uma lata de lixo, um vidro ou até um motor superaquecido – e, com a seca intensa, os danos podem ser devastadores”, alertou.

Para evitar problemas, a antecipação é fundamental. A recomendação é que o pecuarista acompanhe previsões climáticas, ajuste sua estratégia nutricional e, principalmente, trabalhe na recuperação do pasto antes da chegada da seca.

“Quando o problema chega, já é tarde demais para resolver”, ressaltou Nogueira.

Estratégias para enfrentar o ciclo pecuário

Silagem de capim: qual o inoculante mais indicado?
Detalhe de silagem de capim. Foto: Reprodução

Diante desse cenário, o consultor recomenda que os produtores avaliem sua realidade e identifiquem os principais gargalos da propriedade. Entre as medidas essenciais estão:

  • Correção de pastagens: Melhorar o manejo do pasto para garantir maior suporte alimentar ao rebanho.
  • Uso estratégico da suplementação: Maximizar o desempenho dos animais com uma nutrição adequada.
  • Planejamento financeiro: Evitar decisões precipitadas e investir de forma inteligente para capturar oportunidades futuras.
  • Compra estratégica de bezerros: Quem tem estrutura para recria e engorda pode aproveitar os preços mais baixos dos últimos meses para garantir lucros na virada do mercado.

O alerta de Nogueira é que o ciclo pecuário sempre se reverte. Assim, quem mantiver uma gestão eficiente, aplicar tecnologia e planejar a propriedade de forma estratégica terá uma posição mais forte quando o mercado voltar a subir.

“O importante agora não é buscar um lucro imediato, mas garantir que sua fazenda esteja preparada para a próxima alta”, finalizou.

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