A dúvida do pecuarista sobre o horário ideal para suplementar o gado na seca reflete um ponto crucial do manejo em sistemas de semiconfinamento.
Segundo o zootecnista Edmar Peluso, gerente de pasto, o horário em que o animal recebe a ração tem uma influência direta no consumo total de matéria seca e no ganho de peso final.
Ele explica que o horário ideal para fornecer a suplementação (nível de 0,9% a 1% do peso vivo) é entre as 10h e às 14h, ou seja, o período mais quente do dia. O motivo é maximizar o consumo total do gado: ao fornecer a ração na hora em que o animal naturalmente estaria descansando, o pecuarista evita a competição com o pastejo, que é mais intenso nas horas frescas (início da manhã e final da tarde).
O desempenho do gado no trato da tarde
O pecuarista Gelson Pimenta, de Mato Grosso do Sul, que trata o gado uma vez ao dia por volta das 16h por causa de seu horário de trabalho na cidade, pode e deve continuar a suplementação. No entanto, o zootecnista Edmar Peluso alerta que o desempenho, nesse caso, será um pouco menor do que o potencial máximo.
O principal motivo é que o gado tende a ficar condicionado, esperando a ração nesse horário e, consequentemente, deixando de lado o pastejo do final da tarde. Essa mudança no comportamento alimentar resulta em um consumo total de matéria seca mais baixo ao longo do dia, o que reduz o potencial de ganho de peso.
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Pastagem e água: os pilares da suplementação
Apesar de a suplementação no gado na seca ser a solução para a falta ou baixa qualidade do pasto, ela só será eficiente se o produtor mantiver a atenção em dois pilares cruciais:
- Forragem: é fundamental que haja uma oferta minimamente boa de forragem, pois, mesmo com quase 4 kg de ração, a maior parte da dieta do gado ainda virá do pasto.
- Água: o fornecimento de água limpa, de qualidade e em volume suficiente é essencial, pois o consumo de água está diretamente ligado ao consumo de matéria seca e à digestibilidade.
Em resumo, embora o horário ideal maximize o lucro, o trato às 16h ainda é benéfico, mas o pecuarista deve ter consciência de que o ganho de peso ficará abaixo do potencial que o gado poderia alcançar.
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