Fazendas no AC têm sucesso ao emprenhar novilhas de 11 meses criadas a pasto; saiba como

Pesquisador destacou que além do aumento do desfrute pela precocidade, criador também tem bezerro valorizado em até 40% pela genética superior que carrega

Nova reportagem da série Embrapa em Ação da temporada gravada na unidade Acre, em Rio Branco, capital do estado, mostrou exemplo prático do alcance do melhoramento genético bovino nos rebanhos brasileiros. Em propriedades do estado, as novilhas Nelore já estão emprenhando a partir dos 11 meses em regime de pasto, com boa taxa de reconcepção quando primíparas. Além de aumentar a produtividade por unidade de área, o benefício do criador está também na agregação de valor dos frutos dos ventres dessas matrizes.

“Trabalhando com bezerro de valor agregado, o produtor de cria já ganha com esse valor. Só de ele falar que ele tem um touro que é PO, que é um touro que vem de avaliação genética, a gente tem uma valorização de 20% a 40%, claro, dependendo da habilidade de negociação de cada produtor”, confirmou José Marques Carneiro Junior, pesquisador da Embrapa Acre.

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“Então é fundamental que o produtor participe de um programa de melhoramento genético, tenha uma assessoria especializada, para que o conjunto de dados da fazenda ingresse num conjunto de dados em nível nacional e você tem a comparação do seu gado em nível nacional”, indicou.

O médico veterinário Elton Gregianini explicou como os criadores formam a sua estação de monta no Acre de forma a aproveitar melhor o potencial do melhoramento genético trazidos pelos programas, inclusive desafiando as novilhas à reprodução no mesmo ano da desmama.

“Nessa fazenda, a estação de monta funciona de agosto a outubro. A gente tem uma estação de monta de 90 dias e a gente emprenha todo o rebanho, inclusive as bezerras que são desmamadas no mesmo ano já entram na estação desse mesmo ano. […] Desmamou, a gente já começa um trabalho. É um trabalho a pasto, aqui a gente não tem alta suplementação. É um trabalho a pasto, um proteinado de baixo consumo para já em agosto começar o trabalho reprodução nessa propriedade”, demonstrou.

Segundo Elton, as feminhas entram na monta a partir de 270 a 280 kg com uma cabeceira que beira os 300 kg. “O que a gente quer colocar aqui é balanço energético positivo (novilhas ganhando peso). Animais com início de acabamento para a gente poder ter uma boa taxa de concepção”, explicou.

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O veterinário informou o motivo de realizar a monta entre agosto até outubro, no máximo. “O índice pluviométrico no Acre é muito alto, aqui chove demais. Se a gente empurra essa estação como no Centro-Oeste, nós vamos pegar outubro, novembro, dezembro e janeiro chovendo muito. Então a gente vai ter problema de manejo. Por outro lado, se a gente antecipa para maio, junho, julho, aí o bezerro vai nascer em março, quando também chove muito. Então é o conjunto da obra. […] Então a gente emprenha o gado numa época de fácil manejo e o bezerro vai nascer também numa época que não tem muita chuva. Isso vai facilitar manejo, vai evitar perda de bezerro”, justificou.

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Veja a reportagem completa da série Embrapa em Ação e como os criadores estão conquistando os resultados expressivos pelo vídeo abaixo:

Foto ilustrativa: Gabriel Rezende Faria / Reprodução Embrapa