Uma fazenda dobrou o ganho de peso do gado de corte através da ajuda de pesquisas da Embrapa Pecuária Sul, no Rio Grande do Sul. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.
O episódio desta quinta-feira, 5, da série Embrapa em Ação, unidade Pecuária Sul, mostrou um exemplo prática de como a pesquisa de campo pode ajudar os pecuaristas.
O exemplo veio da Fazenda Nova, de José Loutar, em Dom Pedrito (RS). Implementando sistemas sugeridos pela Embrapa de Bagé (RS), como a integração e o pivô central, por exemplo, a propriedade aumentou o GMD de 400 para até 950 g em média.
Conforme apresentou o pecuarista, a propriedade variou seus sistemas de produção ao longo dos últimos anos. Atualmente, tem foco na engorda de vacas Angus, Braford, Hereford e mais cruzas.
“Essa fazenda participa de uma rede de propriedades integradas a diferentes projetos da Embrapa Pecuária Sul, aqui em Bagé, e também de outras unidades. Como a Clima Temperado e a Embrapa Trigo, de Passo Fundo-RS”, apresentou o pesquisador Danilo Menezes Santana.
Segundo o pesquisador, nessas fazendas a Embrapa coloca em prática tecnologias para validar sua aplicação em larga escala em um bioma desafiador.
“O Pampa não é um bioma homogêneo, é um bioma que existem vários tipos de solos, várias regiões com microclimas diferentes. Isso impõe a necessidade de se pensar o sistema de produção considerando essas particularidades”, pontuou.
Alternativas para fazendas de gado no Sul
De acordo com Santana, uma das soluções que a Embrapa acompanha nas fazendas é a dinâmica dos sistemas de integração. Por exemplo, rotação utilizando arroz, soja, milho e culturas de inverno, como os próprios pastos.
Anteriormente, há cerca de sete ou oito anos, apontou o pesquisador, a Fazenda Nova começou a utilizar o pivô central. Inicialmente com milho, depois com soja e azevém. Ao longo do processo, a Embrapa acompanhou a sinergia entre as culturas na propriedade inteira.
“E aí o papel da pecuária nesse sistema. Então esse pivô que veio de sete anos de soja, basicamente, com azevém no inverno. Nos últimos dois anos, começou a avançar com mais pecuária na proporção de uso dele. Inicialmente com 25% dessa produção avançando também no verão. Então onde era soja, continua azevém com leguminosas, como trevo branco, na fase inverno. Depois disso, fazendo a transição de parte dele não para lavoura de soja, mas sim para uma pastagem de verão, como no caso o capim Sudão”, detalhou Danilo. “E aí o benefício desse sistema se reflete no solo, na estabilidade da produção forrageira, enfim”, confirmou.
Benefícios das técnicas da Embrapa
Contudo, não foi apenas o pivô que refletiu no ganho de produtividade da Fazenda Nova. O pecuarista José Loutas lembrou que a propriedade começou implementando mudanças mais simples.
“Tirando as coisas mais caras, como o pivô, começamos fazendo as coisas simples, baratas e que davam resultado importante. Começamos com ajuste de carga. Logo depois, controle de Capim-annoni. Introduzimos variedades de pastagem de inverno. E o básico é isso. Ajuste de carga e adubação também”, recordou.
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Em resumo, a propriedade observou um reflexo importante das mudanças que implementou com ajuda da Embrapa.
“A minha propriedade vinha com uma produção por cabeça em torno de 400 g de ganho médio diário. Agora, passamos para 900 a 950 gramas”, confirmou.
O próximo passo, conforme disse antecipadamente o produtor, é quantificar a sustentabilidade desse sistema mensurando o quanto ele sequestra carbono.
Dessa forma, o sucesso das decisões fez com que o produtor se firmasse no campo como pecuarista. “Sou apaixonado pela pecuária e não tem quem me tire dela mais”, sustentou Loutar.