Uma fazenda de Mato Grosso, há 20 anos, está turbinando a taxa de lotação de gado e até virou uma referência nacional com um sistema integrado de produção que leva seu nome: o sistema Pontal. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
O programa Giro do Boi entrevistou nesta terça-feira, 28, o pecuarista José Leandro Olivi e o pesquisador Bruno Pedreira. Eles deram os detalhes de 20 anos de acompanhamento do sistema Pontal.
Olivi é engenheiro agrônomo e titular da fazenda Pontal, em Nova Guarita (MT), onde o sistema foi instalado.
Já Pedreira é doutor em ciência animal e pastagens, acompanhou o sistema quando era pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). Atualmente ele é professor da Universidade Estadual do Kansas, nos Estados Unidos.
Aumento da taxa de lotação da fazenda
Hoje os produtores conseguem enxergar não só os desafios da próxima seca ou no ano seguinte, mas saber onde estarão cinco anos depois.
Outro benefício apontado pelo sistema é o aumento na produção de arroba, com o aumento da taxa de lotação por Unidade Animal (UA) por hectare.
A fazenda pontal já produz 3 UAs por hectare, muito acima da média nacional que é de cerca de 0,5 UA por hectare.
Com 50% da área produtiva da fazenda com soja na safra, todo o rebanho fica nos 50% restantes, com taxa de lotação de até três unidades animal por hectare (UA/ha).
O que é o Sistema Pontal?
O sistema Pontal baseia-se na adoção da integração lavoura-pecuária (ILP) e na maior oferta de forragem durante o período seco do ano.
O sistema possibilita inclusive inverter a estação de monta e aumentar a produtividade da pecuária de corte.
A técnica alia três conceitos fundamentais: a integração lavoura-pecuária; o manejo de pastagens; e a estação de monta invertida.
Integração lavoura-pecuária no sistema Pontal
Com aptidão tanto para pecuária quanto para agricultura, a Fazenda Pontal começou a utilizar a lavoura para recuperar pastagens em 2002 e 2003.
Foram validados o uso de diferentes consórcios forrageiros para a segunda safra. Entre as combinações usadas está o Sistema Gravataí.
Este sistema consorcia braquiária com feijão-caupi; braquiária com nabo forrageiro; braquiária com Crotalária ochroleuca; e braquiária com trigo mourisco.
Também foi feita a avaliação com um consórcio sêxtuplo com braquiária, nabo forrageiro, trigo mourisco, níger, Crotalária ochroleuca e feijão guandu-anão.
Todos eles foram comparados com a pastagem solteira, com a mesma cultivar de braquiária, a BRS Piatã.
Manejo de pastagens na fazenda de MT
Os produtores José Leandro Olivi Peres e seu pai José Peres passaram a utilizar forrageiras mais modernas. Entre elas estão cultivares como a BRS Paiaguás, BRS Piatã e Xaraés.
Os produtores estão obtendo maior produção de forragem e também melhora na produção de soja, graças à palhada de melhor qualidade.
O uso do resíduo da adubação da lavoura passou a beneficiar o capim, gerando um ciclo produtivo virtuoso dentro da propriedade, possibilitando o aumento da taxa de lotação.