Já ouviu falar na doença fasciolose hepática? Se não ouviu, é bom ficar de olho, produtor. O mal está se espalhando em diversos pólos de pecuária de corte do País e pode reduzir em até 25% o ganho médio diário (GMD) dos animais. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa doença.
O Giro do Boi desta quarta-feira, 19, conversou com o médico veterinário Leandro Silva, coordenador de território da Boehringer Ingelheim.
“A doença pode estar causando um prejuízo silencioso nas propriedades, e às vezes, o produtor só a descobre no abate do gado, no frigorífico”, diz Silva.
Ele deu importantes detalhes de como está a fasciolose hepática, além de como deve ser feito o manejo para o controle da doença na fazenda.
O que causa a fasciolose hepática no gado?
A fasciolose hepática é uma infecção causada por um parasito conhecido cientificamente por Fasciola hepatica. Popularmente é conhecido pelos nomes de barata-do-fígado, baratinha-do-fígado, dúvia e saguaipé.
Trata-se de um verme achatado que pode apresentar coloração avermelhada ou acinzentada. Ele parasita os canais biliares de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e, raramente, os humanos.
Como é o ataque do verme nos bovinos?
Nos bovinos e ovinos, principalmente, o verme se aloja no fígado dos animais, causando destruição de tecidos, insuficiência hepática e emagrecimento.
Nas infecções agudas, a Fasciola hepatica causa anemia, diarreia sanguinolenta e, dependendo da gravidade, a morte dos animais.
No entanto, antes de se infectar os bovinos, o verme fica num hospedeiro intermediário, que é o caramujo.
Os ovos do parasito são expelidos nas fezes e a fase larvária se desenvolve no caramujo, encontrado comumente em terrenos alagadiços.
Disseminação da fasciolose hepática pelo Brasil
O mais recente trabalho científico, de 2014, divulgado na Revista do Instituto de Medicina Veterinária Tropical de São Paulo, mostra que a incidência é maior no Rio Grande do Sul.
O estudo destacou que 14,39% dos animais avaliados em frigoríficos tinham a doença.
“É uma situação que o produtor precisa levar mais a sério pois a doença está impedindo que o produtor aproveite o potencial máximo de seu gado. É como se estivessem pilotando uma Ferrari com o freio de mão puxado”, diz Silva.
Além do Rio Grande do Sul, a fasciolose hepática está bem presente em fazendas em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Como deve ser feito o controle da fasciolose?
O controle é feito com a aplicação de anti-helmínticos específicos fasciolicidas, combate aos caramujos e drenagem das áreas alagadiças.
Para isso é importante o acompanhamento do gado com exames parasitológicos periódicos feitos em laboratórios para detectar os ovos nas fezes dos animais.
A recomendação é traçar formas de controle preventivo para que a fazenda não perca.
Produtos com composto por ivermectina a 1% mais clorsulon a 10% é o indicado para tratamento e controle dos principais parasitas internos. Confira a entrevista na íntegra para a recomendação completa.