DESAFIO PARA O PRODUTOR

Estação de monta: como turbinar a taxa de prenhez no período?

Veterinário alerta que escore corporal, uso da mesma vacina reprodutiva e controle de carrapato são os pilares para vacas e novilhas reconceberem

Estação de monta: como turbinar a taxa de prenhez no período? (Foto: Divulgação).
Estação de monta: como turbinar a taxa de prenhez no período? (Foto: Divulgação).

Com mais de 70 milhões de vacas e novilhas de corte precisando ser emprenhadas até o final de fevereiro, o sucesso da estação de monta depende de um manejo reprodutivo de precisão, que integre nutrição, sanidade e genética.

Em entrevista ao Giro do Boi, o médico veterinário Leandro Silva, coordenador técnico da Boehringer Ingelheim, alerta que o erro na estação pode levar a um grande prejuízo: a fêmea precisa deixar “um bezerro por ano”.

Segundo ele, o principal desafio é que, em muitas regiões, a seca se agravou, atrasando a recuperação do escore corporal. O escore corporal errado interfere diretamente na taxa de prenhez, pois fêmeas magras podem entrar em anestro (não ciclam) e, mesmo que emprenhem, não têm reservas energéticas para segurar a gestação.

A novilha e a primípara (fêmea de primeira cria) são as categorias mais sensíveis e exigentes, precisando de atenção redobrada.

Confira a entrevista completa:

O inimigo carrapato e a escolha sanitária

Um dos fatores mais prejudiciais à taxa de prenhez é a infestação de carrapatos. A presença desse ectoparasita eleva os níveis de cortisol (hormônio do estresse) no sangue da vaca, o que interfere na ovulação e na imunidade. O touro também é afetado, queimando energia (que usaria para copular) para espantar a nuvem de moscas.

  • Sanidade na IATF: o produtor que utiliza a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) deve aplicar um produto de longa duração para carrapato antes da inseminação. É crucial evitar trazer a vacada ao curral nos primeiros 30 dias após a inseminação, pois o estresse prejudica a prenhez.
  • Vacinas reprodutivas: não se deve trocar a marca da vacina reprodutiva anualmente por motivo de preço, pois cada produto utiliza tecnologias e sorovares diferentes. A inconsistência no protocolo compromete a imunização.

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Manejo do touro e o cuidado pós-prenhez

Cerca de 80% das fazendas de cria usam o touro na vacada, e o reprodutor é 50% do bezerro. O manejo deve incluir:

  • Andrológico e exames: o touro precisa de um exame andrológico completo, além de testes de brucelose.
  • Manejo pré-monta: aplicar vacinas reprodutivas e um tratamento de endectocida.
  • Loteamento: não colocar touros novos (2 anos) na primeira estação de monta com touros mais velhos, que não os deixarão copular.

Após a confirmação da prenhez (diagnóstico de gestação em março/abril), a vaca precisa de “sombra e água fresca”. O produtor deve ter cuidado com o desafio parasitário da terceira geração de carrapato e monitorar o número de partos versus o diagnóstico de gestação, para identificar se houve aborto ou reabsorção embrionária devido a falhas sanitárias.

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