Especialista em turismo, pecuarista faz propriedade decolar investindo em genética no AC

Conheça a trajetória da pecuarista Janete Franke, paranaense que, com a ajuda da Embrapa, se tornou referência na produção de genética Nelore e Senepol

Uma reportagem da série Embrapa em Ação exibida no programa desta quinta-feira, dia 14, contou a história da pecuarista Janete Franke, nascida no município de paranaense de Mercedes e que enfrentou a difícil mudança para o Acre no fim da década de 70. Hoje a empreendedora virou referência em genética Nelore e Senepol no estado do Norte com ajuda das ferramentas de melhoramento genético da Embrapa.

A produtora recordou que a viagem para a Região Norte ofereceu seus desafios, como a falta de asfalto, uma vez que a rodovia ainda estava sendo construída. “Nós demoramos dez dias do Paraná até o Acre”, recordou.

Mas antes de se tornar uma pecuarista, a vida profissional de Janete alçou voos em outro setor.

“Eu fui para um outro ramo. Com 18 anos eu comecei a trabalhar na Vasp. Eu trabalhei com aviação durante cinco anos, depois montei uma agência de turismo e passei 30 anos trabalhando. Aliás, eu continuo, essa atividade ainda existe, mas não é mais a minha atividade principal. A principal hoje é a pecuária”, explicou.

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Depois que decidiu investir na pecuária, o ingresso de Janete no mercado de genética foi, no fim das contas, uma oportunidade, como ela registrou em entrevista concedida à equipe de reportagem do Giro do Boi.

“Quando nós começamos essa questão da cria, […] a gente precisava completar o plantel e apareceu para a gente um lote de gado PO. E aí foi quando eu fui apresentada para a questão da genética”, contou.

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Atualmente, a propriedade de Janete é referência no estado do Acre na comercialização tanto de animais Senepol como Nelore da marca Cayman.

“Aqui nessa propriedade a Janete utiliza diferentes técnicas, que permite avançar geneticamente o gado. Entre elas, uma das mais sofisticadas e mais modernas é a fertilização in vitro. Então aqui ela produz tanto bezerros Nelore puros de origem, que é o Nelore PO, que no futuro virão a se tornar touros melhoradores e também, possivelmente, doadoras de embriões, assim também com da raça Senepol, animais que poderão se tornar doadoras, como também touros para cobertura a campo”, apresentou o chefe-adjunto de transferência de tecnologias da Embrapa Acre, Bruno Pena.

Frutos da seleção têm ajuda das ferramentas de melhoramento genético da Embrapa

“Hoje ela tem uma genética muito boa, tanto dentro da raça Senepol quanto dentro da raça Nelore”, enalteceu Pena.

O pesquisador destacou que usar biotecnologias que aceleram o melhoramento trazem uma responsabilidade ainda maior para o criatório, uma vez que a genética a ser multiplicada não pode ter erros nas seleção. “Quando o produtor vai partir para o uso dessas biotecnologias, é extremamente importante que ele tenha um direcionamento do que ele vai multiplicar”, sustentou.

Para tanto, Pena exaltou a importância da inserção das fazendas em programas de melhoramento genético. “Embrapa, por exemplo, tem o programa Geneplus, onde ela faz o ranqueamento daqueles melhores touros para diferentes características. Então neste caso, em que a pecuarista está trabalhando com fertilização in vitro, e um macho e uma fêmea vão se multiplicar em número muito maior, isso torna ainda mais importante, que ela acerte na escolha do touro e na escolha dessa vaca que vão se reproduzir”, reforçou.

Janete ressaltou ainda que a parceria com a Embrapa não beneficia somente o melhoramento da genética do seu rebanho.

“Eu já fiz convênio com a Embrapa para me dar assessoria na questão de pastagem. A gente, lá no arrendamento, plantou milho, fez um dia de campo […]. Eu conto muito com a Embrapa. […] Eles te dão mais certeza. E quanto menos você errar, mais você lucra”, destacou Janete.

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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com Janete Franke e Bruno Pena: