O Giro do Boi desta terça-feira, 18, entrevistou o professor e doutor da Universidade Federal de Minas Gerais para saber sobre essa incidência de animais confinados e semiconfinados infectados por uma bactéria que, até então, era detectada apenas em gado de leite e ovinos. Da família dos clostrídios (botulismo, carbúnculo sintomático, dentre outras enfermidades), a enterotoxemia é uma bactéria que tem uma forte relação com a alimentação do gado de corte, principalmente aos tratados com uma dieta muito rica em grãos (amido) que, se mal balanceada, pode ser letal aos animais. Alguns casos esporádicos foram diagnosticados no Brasil e a UFMG está à frente dos estudos. O professor explicou que a doença está associada a chamada “moléstia da superalimentação”, e ainda não há um diagnóstico preciso e conclusivo para o problema. Ele explicou que o carboidrato pode ir direto para o intestino do gado causando intoxicação que se manifesta de três formas: subaguda, aguda e superaguda, nesse último caso, podendo levar a res a morte. A bactéria pode intoxicar o animal e a única solução é a prevenção, através da vacina ou de uma boa adaptação no início do manejo de cocho.
No caso dos animais destinados à terminação intensiva (confinamento ou semiconfinamento) ele orienta para que o pecuarista faça uma adaptação de, ao menos três semanas, acompanhando a resposta da dieta. “Na dúvida em saber se o gado está imunizado ou não pelo pecuarista ao qual foi comprado o lote, não perca tempo. O produtor deve fazer um rigoroso protocolo sanitário já na estrada do gado, incluindo aí as vacinas contra os clostrídios”, disse. A vacinação contra a doença deve ser aplicada nos bezerros(as) logo aos 4 meses com um reforço após 30 dias, a partir daí deve-se fazer a imunização anualmente. A UFMG e o Instituto Biológico de São Paulo são os dois únicos laboratórios do Brasil que produzem imunobiológicos para detecção da enterotoxemia, acrescentou.
No final da entrevista, o professor lembrou do incidente ocorrido no ano passado numa fazenda no interior de Mato Grosso do Sul onde mais de mil cabeças confinadas morreram intoxicadas por causa do botulismo e a sua equipe fez parte do grupo de estudos para detecção da fatalidade. Francisco Lobato fez uma explanação importante de prevenção ao botulismo tanto para gado a pasto quanto confinado. Confira, abaixo, qual o momento adequado, a periodicidade e a diferença da imunização do gado a pasto e confinado: